quarta-feira, 2 de março de 2016

UM DIA DE CADA VEZ

Nem sempre estamos contentes com nossa própria imagem, algumas vezes, nos olhamos no espelho e o que vemos nos incomoda.

O cabelo está rebelde, não pára no lugar, parece ter personalidade própria e com certeza não tem nada com a minha maneira de ser.

Outras tantas, esse mesmo espelho mostra algumas imperfeições físicas, como gordurinhas adquiridas através dos tempo de insensatez, e ai vem a pergunta que nos maltrata e deprime o ânimo: "Por que deixei chegar nesse ponto?"

Voltamos ao espelho com uma roupa mais larga, e não nos satisfazemos com a imagem ali refletida, a angústia da insatisfação toma conta de nossa mente, o peito dói, as lágrimas insistem em brotar de nossos olhos cansados, não sabemos nem mesmo por onde começar a modificar este estado doloroso. 

Estamos infelizes, e com certeza, esse não será um bom dia para nada. 

Seria melhor ter continuado na cama, com os olhos fechados, sem ver a vida, sem nem mesmo tentar entender o que está atrás desta insatisfação pessoal.

Se racionalizarmos nossas emoções, o momento de dor, de descontrole, descobriremos, admirados com a simplicidade das respostas, que essa insatisfação com a aparência refletida no espelho, apenas esconde uma dor mais profunda, com raízes poderosas, mas não imortais. 

O questionamento saudável, lúcido e claro, pode nos ajudar e fazer as perguntas corretas a nós mesmo, como:

O que realmente anda me incomodando? 

Por que insisto neste terrível quadro de punição pessoal? 

Estou apenas transferindo dores mais profundas para algo que posso tocar? 

Como o meu cabelo, o meu corpo, a minha pele?

O está escondido atrás desses momentos caóticos, que me obrigo a nomear e dar endereços para o meu descontrole? 

Sabemos que refletimos no espelho o que vai em nossa alma, e esse reflexo sempre terá distorções profundas, que roubarão a qualquer alma a lucidez necessária para encontrar respostas.

A insatisfação encontrada no reflexo distorcido é apenas um placebo para a grave condição do espírito, que procura desvios de sua verdadeira origem, de seu verdadeiro caminho por aqui, nesta oportunidade de autoconhecimento, autoanálise para caminhar dentro de um processo seguro de aprendizado e transformação, sempre em busca da verdadeira liberdade, aquela que vem do interior de nossas mentes e nos propicia uma visão mais saudável de nosso próprio eu.

Na minha opinião nossa verdadeira imagem é aquela que construímos dia a dia, um pouquinho de cada vez, com otimismo e fé em nossa capacidade de realizar nossos próprios milagres, a distorção existe, mas aos poucos e com segurança tudo se torna relativo às minhas descobertas de como fazer melhor o meu dia.

Um bom dia de amor e paz para todos.  

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