sexta-feira, 8 de abril de 2011

ABRAÇANDO AS NOSSAS CRIANÇAS


Eu olho para esses rostos tão simples, tão puros. tão inocentes e me pergunto:
Qual será o destino de cada um?
Quanto amor e carinho cada um poderá receber por direito divino?
Quantos afagos receberão naqueles dias de febre, de nariz escorrendo, de dor de ouvido, ou apenas por um joelho ralado?
O que será que eles pensam quando olham para nós, os adultos, responsáveis pelo seu bem estar?
Quando chega a idade escolar, qual o sentimento que os domina? Será ansiedade por iniciar uma nova aventura? Será medo por se sentir sozinho, longe do aconchego dos braços que os amam?
Por que choram?
Por que sorriem?
O que sonham durante a noite? Serão anjos a embalá-los nesses momentos abençoados de descanso?
Eles são a esperança de um mundo melhor, serão os construtores da nova era, mas onde eles estão sendo cuidados?
Nós temos a visão perfeita da responsabilidade no cuidado desses pequenos seres?
As questões se multiplicam em minha mente, às vezes angustiada, olho para o mundo e vejo o quão equivocados nós estamos, o quanto estamos longe de perceber a importancia da vida. E ainda me questiono por quanto tempo mais viveremos na bárbarie dos sentimentos que acabam por conduzir alguns de nós a momentos tão desequilibrados, a ponto de ceifar oportunidades nascentes, a vida de uma criança, ainda repleta de oportunidades e esperanças?
Ontem ao saber da tragédia que se abateu sobre o Rio de Janeiro, na forma mais hedionda que podemos imaginar em pesadelos terríveis, e que acabam por se tornar realidade nos noticiários do mundo; nesses momentos, os questionamentos são inumeros e preciso muito tomar cuidado com o rumo que meus pensamentos tomam, afinal eu contribuo para a qualidade energética do planeta em que vivo.
A mente fica sim conturbada pela dor de saber de uma tragédia igual a essa, mas eu sou espírita, e preciso avaliar o quanto já aprendi em forma teórica dessa bendita doutrina de amor, preciso avaliar os acontecimentos sob a ótica cristã. Então passo a reflexionar e penso: maldizer ao infeliz causador do drama, odiá-lo a ponto de desejar a mais terrível punição, permitir que nossos pensamentos deslizem soltos, à deriva de um rio caldaloso repleto de detritos, constituidos pelo medo, pela raiva, pelo desejo de vingança, pela negação de nossa origem divina, pela descrença na esperança, apenas agrava o caos que construimos para nosso mundo? Afinal fomos alertados: sois herdeiros de vós mesmos.
Então, será essa é a hora de fazer diferença? Apiedar-se das crianças chacinadass, dos pais e das mães em desespero, dos mestres e colegas transtornados pelo momento doloroso, pelo caminho que nossa sociedade anda trilhando, nas escolhas desenfreadas pelo consumismo, que acaba por nos turvar o raciocinio; mas, acima de tudo, orar pelo verdugo, que perdido num mundo torpe e triste, o de sua própria mete adoecida, deixou-se levar pelo medo, pela raiva, pelo desejo de vingança, pela negação de sua origem divina, pela descrença na esperança?
Devemos compreender que somente a transformação moral de cada um de nós poderá fazer de nosso mundo, um lugar melhor, habitado por criaturas melhores? 
Mas... enquanto alimentarmos sentimentos menos nobres, por aqueles que ainda deliquem contra as leis naturais, estaremos contribuindo para que a Terra, bendita morada de todos nós, continue a abrigar espíritos imperfeitos e malévolos?
Sempre lembrando que nossa natureza é a perfeição, e que a maldade é apenas um pálido reflexo de nossa ignorancia, qual deve ser nossa postura? Daquele que exige a punição de Deus em forma de terríveis castigos, ou daqueles que insistem em exercitar um perdão ainda reticente, mas benéfico?
Que o bem é eterno e nunca será vencido?
Que os escandalos são necessários, mas aí daquele por quem ele vier?
Que Jesus nos disse amorosamente: Não julgais para não serdes julgados, Aquele que estiver sem pecados, que atire a primeira pedra; mas sobretudo nos alertou com a maior das esperanças, quando nos disse: Sois deuses?
Oremos sim por aquele que fez o mal, ele é o mais necessitado de todos, e somente com perdão e paz em nossos corações, estaremos participando da educação das crianças da nova era, caso contrário estaremos ensinando-os a odiar, a ter medo, a ter desejos de vingança; e o futuro, nós o escreveremos com as cores e as formas que elegemos dia a dia em nossas vidas.
Para as crianças que partiram para os braços do Senhor, oferto a prece que ensinei aos meus filhos e ensino aos meus netos:

Santo Anjo do Senhor,
meu zeloso guardador,
se a ti me confiou a piedade divina,
sempre me rege, guarda, governa e ilumina.
Que assim seja.