QUIETA!!!!!
Em silêncio, precisei dele, por um tempo,
não sabia qual caminho seguir, da minha voz ou do silêncio que trazia pequenas,
ou grandes, reflexões.
Precisei do silêncio de minha mente, sem
questionamentos, apenas viver o dia a dia, como se não precisasse escolher,
aprender ou modificar. Releguei ao esquecimento a saudade, a dor e as
novidades. Apenas vivi um dia após o outro:
às vezes estava bom, fácil, móvel, mas não
rápido. Apenas uma letárgica tarde de verão, que o calor assusta, a água
encanta e o gelo derrete;
às vezes monótono, maçante, triste, sempre
a mesma coisa, mas é assim que dou conta neste momento;
Mas num bom dia, acordei e precisei
levantar, não só da cama, coisa que fazia a todo nascer do sol; mas levantar a
minha alma, fazê-la reviver, o tempo de luto se foi, o luto pela morte e pela
ausência. O luto pela mesmice da vida que andava trôpega, a condescência com o
passado que não passa.
Uma bela manhã, não só levantei da cama,
mas abri os olhos para a vida, pus os pés no chão frio, afinal é inverno, e sai
do mundo cinza, e pensei: Tô viva e então vamos viver!