terça-feira, 15 de novembro de 2011

MEGAFEIRÃO DO LIVRO EM ARARAS

Lúmen presente no 2º Megafeirão de Araras (SP)


A Editora do IDE - Instituto de Difusão Espírita promoverá nos próximos dias 19 e 20 de novembro o 3º Megafeirão de Livros Espíritas, Espiritualistas e de Autoajuda de Araras (SP). O evento acontecerá nesses dois dias, das 09 às 17 horas, na Avenida Otto Barreto, nº 1.067, no Distrito Industrial II, em Araras-SP, com entrada franca.
 O 2º Megafeirão de Livros Espíritas, Espiritualistas e de Autoajuda é organizado pelo IDE com apoio de oito centros espíritas e uma equipe de mais de 100 voluntários. O local conta com toda a infra-estrutura como guarda-volumes, espaço infantil, lanchonete e bateria de caixas com máquinas de cartões magnéticos, numa área de exposição de mil metros quadrados, além de amplo estacionamento e auditório com capacidade para 400 pessoas, onde os visitantes poderão participar gratuitamente de palestras.
 O evento contará com a participação de 40 editoras, 4 mil títulos e mais de 150 mil livros com descontos de até 70%.
A Lúmen Editorial estará presente com todas as suas obras e sessões de autógrafos com as médiuns Eliana Machado Coelho (sábado e domingo) e Eliane Macarini (só no domingo).
Como parte da programação, já estão sendo distribuídos às escolas da cidade vales-livros, com os quais as crianças poderão retirar, gratuitamente, um livro especialmente editado para elas. Outras promoções para quem adquirir as obras básicas do Espiritismo também estão previstas.

Expectativa dos organizadores Segundo o presidente do IDE, Wilson Frungilo Júnior, o feirão do livro pode ser classificado como uma grande festa e uma excelente oportunidade para todos que se interessam pelos conhecimentos no segmento espiritualista, principalmente, pelos interessados na Doutrina dos Espíritos. "Lá poderão ser encontradas as grandes obras de Allan Kardec, Chico Xavier e todos os consagrados autores dessas áreas", assinala Frungilo.
Na primeira edição, realizada ano passado, como um projeto piloto, mais de 7 mil visitantes passaram pelo feirão durante os dois dias. Para este ano, a expectativa dos organizadores é que o número de visitantes seja superado por conta da ampla divulgação em várias cidades da região.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

IV FORUM CAMINHOS - O ESPÍRITO NA CIENCIA



IV Fórum Caminhos: O Espírito na Ciência
12 de novembro de 2011
Oásis Tower Hotel, Avenida Maurílio Biagi, 2955, telefone 3878.3000, Ribeirão Preto
Ementa: será uma oportunidade para se refletir sobre os avanços científicos na investigação da mente humana e o desafio que estes conhecimentos impõem ao espírita, considerando-se que os conceitos de alma e de mente aproximam a Ciência do Espiritismo. Quais as linhas de pesquisa disponíveis para investigar a mente humana na atualidade? Quais os resultados mais instigantes destas investigações, suas limitações e consequências? Existe discordância e/ou complementaridade entre as teorias científicas sobre mente e as teorias espíritas sobre Espírito? Existe um olhar que supere a aparente oposição entre Ciência e Espiritismo? Elaborar olhares capazes de nos levar para além das aparências do conhecimento contemporâneo é o objetivo do projeto da Associação Caminhos para o Espiritismo para o biênio 2011-2012. No IV Fórum Caminhos convidamos quatro pesquisadores, sendo três espíritas (Alfredo Rodrigues, Célia Mantovani e Nilza Pelá) e um não espírita (Cleiton Aguiar), que aceitaram compartilhar seus saberes em resposta ao desafio lançado.
Programação
13:30 Recepção dos participantes
14:00 Abertura do fórum
14:10 Primeiro Painel
14:10 Palestra 1: Antes de nascer – palestra em torno das pesquisas que relacionam fenômenos da vida intrauterina com as consequências para a vida pós parto. Um tema que envolve discussões sobre programação e limites comportamentais que podem ser definidos durante a gestação.
Conferencista: Profa. Dra. Nilza Teresa Rotter Pelá – professora titular aposentada pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Até a aposentadoria atuou na área materno infantil e na área de metodologia científica. Espírita pertencente ao quadro de expositores da União das Sociedades Espíritas Intermunicipal de Ribeirão Preto e membro do Caminhos para o Espiritismo. É articulista do Jornal Verdade e Luz.
14:55 Palestra 2: Bases neurais da memória, emoção e planejamento de comportamento - palestra em torno das pesquisas biológicas que relacionam o comportamento humano com os circuitos neurológicos cerebrais e as influências hormonais.
Conferencista: Cleiton Aguiar – atualmente é doutorando no programa de Pós-Graduação em Neurociências/Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Possui mestrado pelo mesmo programa e graduação em Ciências Biológicas pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Estuda as bases neurais da aprendizagem e memória em modelos animais de psicose, epilepsia e doença de Alzheimer.
15:40 Debate com o público
16:00 Intervalo
16:30 Segundo Painel
16:30 Palestra 3: Espírito e cérebro nas doenças mentais – palestra em torno das pesquisas científicas que identificam as causas orgânicas e psicológicas nas doenças mentais, discutindo com a psiquiatria formas de equilibrar o conceito de mente, Espírito e cérebro nas doenças do comportamento.
Conferencista: Célia Mantovani – médica psiquiatra e psicoterapeuta, atua como médica assistente no Setor de Emergências Psiquiátricas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, e mestranda em Saúde Mental na mesma instituição.
17:15 Palestra 4: Experiências de Quase Morte – palestra em torno das investigações sobre as Experiências de Quase Morte, discutindo as evidências de percepções cerebrais e percepções extra-corporais nos fenômenos descritos.
Conferencista: Prof. Dr. Alfredo José Rodrigues – professor de Cirurgia Cardiovascular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
18:00 Debate com o público
18:20 Encerramento

domingo, 16 de outubro de 2011

Morrer ou Desencarnar?




MORRER OU DESENCARNAR?

Eita, conceito difícil de assimilar e viver a diferença entre um e outro!
O primeiro, morrer, quer dizer: cessação da vida, extinção das funções vitais; enquanto que desencarnar, quer dizer: deixar a carne, passar para o mundo espiritual; então morrer é triste, é o fim, acabou, enquanto que desencarnar nos faz entender sobre um novo começo, mas com continuidade. Aprendemos com O Livro dos Espíritos, Livro II, Capitulo III, nas seguintes questões:
149. Em que se transforma a alma no instante da morte?
– Volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos, que ela havia deixado
temporariamente.
150. A alma conserva a sua individualidade após a morte?
– Sim, não a perde jamais. O que seria ela, se não a conservasse?
150-a. Como a alma constata a sua individualidade, se não tem mais o corpo material?
– Tem um fluido que lhe é próprio, que tira da atmosfera do seu planeta e que representa a aparência da sua última encarnação seu perispírito.
150-b. A alma não leva nada deste mundo?
– Nada mais que a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor. Essa lembrança é cheia de doçura ou de amargar, segundo o emprego que tenha dado à vida. Quanto mais pura ela for, mais compreenderá a futilidade daquilo que deixou na Terra.”
Tudo é muito simples e lógico dentro desta admirável filosofia espiritista, eu sou estudiosa da Doutrina dos Espíritos desde os cinco anos de idade, e feliz, acreditava estar cada vez mais educada espiritualmente; mas, nos últimos anos, descubro a cada dia, admirada com minha prepotência, que havia apenas assimilado conceitos teóricos. Por que?
Porque na hora de exercitar tais conceitos ando reticente... o desencarne ainda me parece uma grande perda, uma injustiça divina para aqueles que partem e para aqueles que ficam. Concluo que eles morreram, e aquele conceito básico que ando estudando sobre as múltiplas vidas, parece tão distante e tão triste, que acabo por questionar a sua serventia. Nesses momentos descubro, admirada, de minha própria insensatez, que a idéia imediata da distancia, rouba a minha crença ainda tão frágil diante das situações que ando vivenciando.
Descubro, ainda, que esse estado de alma, acaba por transitar entre algumas fases bem características de minha evolução moral e intelectual, e elas são bem delineadas:
  1. O susto: descobrir que alguém, a quem amamos, e já tínhamos decidido que faria parte de nossa existência até o final, partiu e não tem como voltar da mesma maneira, isto é encarnado(a);
  2. A obrigação, como espírita, de fazer cara de paisagem e atender a expectativa das outras pessoas que nos observam; se são espíritas, nos vigiando para ver o tamanho de nossa fé, e, os não espíritas, para fazer um teste e descobrir se esse negócio de espiritismo é bom mesmo. Esse estágio somos, literalmente, obrigados a não sofrer e sorrir quando nos questionam: “- Como você está?”, equilibradamente, então respondemos: “- Muito bem, afinal sei que ele(a) está muito bem.”
  3. Essa fase é a da comparação: olhamos a nossa volta e vemos um monte de desequilibrados, divulgando o sofrimento e a dor no planeta, mas ainda por aqui, e o nosso amor, tão bonzinho se foi. Então, precisamos entender: “Que quem é bom não precisa ficar por aqui.” Essa fase é a propulsora da revolta, afinal se estamos entrando na reta final de transformação planetária, quanto mais gente boa por aqui melhor.
  4. Estamos saindo da revolta, e entrando na rotina do dia a dia, a saudade bate forte, tudo que fazemos hoje sozinhos, antes contávamos com a presença do outro para dividir decisões, trocar idéias, etc. etc. etc. Ou até mesmo ficar quietos, longe um do outro, mas sabendo que ele(a) estaria ali a um toque da mão, do telefone, ou mesmo nas redes de comunicação. Aí vem um espírito de porco para nos dizer que nossa saudade faz mal ao que partiu.
  5. Por fim, vem a acomodação, das idéias, dos sentimentos, junto com o esquecimento do povo sobre a sua perda. Nesse momento, nós podemos racionalizar a informação que ainda não foi assimilada de maneira correta. Sentimos alívio quando andamos pela rua, e as pessoas não mais nos apontam, como se fossemos, verdadeiras aberrações da natureza.
Daí o tempo vem e acaba colocando as coisas em seus devidos lugares, meio envergonhada das minhas emoções desencontradas de minha crença, reflexiono sobre o acontecido.
Faço parte de um processo histórico que vem se desenvolvendo em meu intelecto há n encarnações, e o conceito de continuidade para mim, pelo menos, começa a tomar forma hoje, nessa oportunidade, então nada mais natural que antigos resquícios emocionais e intelectuais, aflorem e despertem sentimentos contraditórios as minhas novas aquisições de conhecimento. Essa nova postura baseada na filosofia espírita fornece novas informações de como posso me comportar diante de determinadas situações, isso não quer dizer que já substitui hábitos adquiridos em inúmeras outras vivencias. Normal, ainda, ter dúvidas e sentir receio desse afastamento, principalmente, porque não dominamos a qualidade de vida daquele que partiu, por isso mesmo, não podemos ter certeza absoluta que ele está como gostaríamos que estivesse, mas sabemos que ele está como precisa.
Fico muito irritada quando alguém me diz: Quem é muito bom não precisa ficar por aqui.
Nossa! Se já estou sofrendo com a partida do outro, ainda tenho que assimilar o conceito que se eu fiquei é porque não sou boa coisa? Que inferno!
Sinto saudades sim, eu choro, eu me lembro das coisas boas, mas na maioria do tempo as ruins que deram origem a partida, são as mais fortes, no primeiro momento da separação. Minhas intenções são as melhores, sinto amor com saudade, e preciso expurgar essa dor antes que ela se transforme em obsessão. Não acredito que minha dor saudável atrapalhe a caminhada do companheiro que partiu, ele deve estar sentindo o mesmo e irá compreender, e dividir comigo mais esse pedacinho na vida, afinal, ela, a vida ainda não acabou.
Nossa! Como é bom quando esquecem que nós estamos sofrendo, mas nos olham de maneira positiva e firme, apenas nos mostrando que estamos acompanhados e apoiados para superar o momento do trauma recente.
Nossa! Como é bom não precisar escutar opiniões atrapalhadas sobre os nossos sentimentos, que ainda nem sabemos quais são.
Nossa! Como é bom ficar anônimo, de mãos dadas com a amizade verdadeira, que apenas está ali, da maneira que nós precisarmos.
Ah! Se pudéssemos pensar e sentir assim, saberíamos, com certeza, que:

"Morrer é apenas não ser visto.
Morrer é a curva da estrada."
(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

ATROPELADA, ANDO MEIO ATROPELADA!


Atropelada, ando meio atropelada!

Nossa! Ufa! Se Deus quiser está no fim essa maratona dark!
É assim mesmo que ando sentindo a vida, não o total dela, mas esse pedacinho longoooooooooo, que anda se estendendo além do horizonte.
Andei sumida por simples e verdadeira falta de tempo. Andava até mesmo questionando o mundo se haviam roubado algumas horas ao nosso dia. Afinal, fazia uma porção de coisas e acabava acreditando que não havia feito nada, e o que me encanta sempre ficava para depois.
Hoje, dia 27 de agosto do ano cristão de 2011, mais sossegada e com algum tempo disponível, passei a reflexionar sobre essas sensações que andaram me visitando, admirada, mas nada surpresa, cheguei a conclusão que eu não estava gostando das novidades que andavam despencando em minha vida; por isso, o tempo que era pouco, ao mesmo tempo me parecia tão lerdo em seu caminhar.
Teve momentos que fiquei chateada de estar em minha presença, tal o negativismo de meus pensamentos e manifestações, acordei a pobre coitada, adormecida há certo tempo. Adormecida o suficiente para gostar de ser uma pessoa otimista, ativa e pacifica com os obstáculos que porventura aconteçam, acreditei, sinceramente, ter assimilado uma nova característica de personalidade, e andava até um pouco vaidosa dessa conquista, até... até o momento em que precisei vivenciá-la diante de problemas reais. Então descobri, desconcertada e meio raivosa comigo mesma, que andava longe de possuir tais características evolucionistas, mas aquele ranço antigo ainda existia, e precisava, com urgência, dar um jeito de erradicá-lo de meu ser.
A reflexão continuou até o dia em que fiz uma palestra, e por incrível que pareça o que andava dizendo fez sentido para mim, foi um daqueles momentos imperdíveis de nossas vidas:
- A evolução natural não dá saltos, mas acontece de acordo com as leis naturais, isso é de acordo com a necessidade.
Então, minha reflexão, até aquele momento, capenga e critica demais, acabou por tomar um novo rumo, descobri que apesar de não ter incorporado inteiramente novos conceitos mais saudáveis, eu já os conheço e fazem parte de meus seguimentos comparativos, isto é, eu já os exercito de uma maneira inovadora para meu sentir, experimentando essas novas sensações.
Agora estou bem, até a próxima experiência, que também me levará a uma série de indagações e reflexões, que me levarão a descoberta de novas faces para esse espírito imortal.
ETA! Vida boa!
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".
(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Meus filhos serão reis e rainhas?


Meus filhos serão reis e rainhas?

            Fico aqui lembrando algumas coisas de um passado recente, para mim tão recente, que ainda é presente. Por exemplo: o dia em que meus filhos nasceram.
            A sensação de ter uma vida em minhas mãos, da responsabilidade imediata e intransferível em satisfazer as necessidades daquele pequeno ser.
            A maravilha e o susto quando percebi que atender as necessidades físicas não seria o suficiente, mas que minha responsabilidade ia muito além, que também seria de extrema necessidade observar as carências daquela alma que caminhava em direção a conquista de sua individualidade e identidade.
            Como espírita entendia que também participaria dessa conquista, ciente das implicações de um compromisso maior, como mãe, auxiliar no processo de educação e reeducação daquele espírito. Toda essa reflexão trouxe muitos questionamentos, reconhecimento de enganos cometidos durante a caminhada, mas, principalmente, o compromisso maior com a verdade amorosa e bela do recomeço.
            Participei ativamente de todas as brincadeiras, não importava de ter a vizinhança toda no meu quintal, de preparar lanches para três, dez ou vinte, de tropeçar em colchões espalhados pela casa inteira, etc.
            Observava as brincadeiras de príncipes e princesas, montados em cavalo de pau, chapéu e espada de jornal, lutando bravamente para salvar a vida de um amigo querido aprisionado pelo dragão imaginário.
            A noite falava sobre valores intransferíveis para nossa vida: a verdade, a fidelidade, a honradez, a amorosidade e a persistência em nos mantermos dentro e girando sempre nesses conceitos ainda tão abstratos. Depois cada um ia para seu quarto, recitava a prece simples, mas infalível para nossa proteção:
- Com Deus eu me deito, com Deus eu me levanto, com a graça de Deus e do Divino Espírito Santo.
            Daí a poucos minutos eu ouvia:
- Boa noite, mãe. Dorme com Deus.
- Boa noite, pai. Dorme com Deus.
- Boa noite, Cyrinho. Dorme com Deus.
- Boa noite, Bruna. Dorme com Deus.
- Boa noite, Andréa. Dorme com Deus.
            E assim, pelos menos quinze minutos se passavam, entre desejos de boa noite, dorme com Deus e muitos risos. Feliz, fechava os olhos e pedia ao Pai, que olhasse por meus filhos, que pudessem entender sobre a necessidade do respeito, do amor e da fidelidade, que se assim o fizéssemos e o quiséssemos em nossas vidas, seriamos reis e rainhas nos corações de nossos amores.
            Os anos foram acontecendo e suas identidades pessoais sendo construídas com suas vivencias, o seu sentir, as suas escolhas, algumas felizes, outras menos favoráveis a nossa liberdade de evoluir; assim como aconteceu em nossas próprias vidas.
            Hoje, estou meditando sobre tudo isso, anos de vida em comum com minhas princesinhas e meu principezinho, lembro de minha avó dizendo sobre não conseguir nos ver como adultos, e que sempre sentia a necessidade de fazer algo a mais, e não raras vezes, não sabia identificar o que seria, mas que também sentia não ser mais a hora de sua interferência, mas a hora apenas de observar, orar e acolher quando necessário fosse, e que de verdade mesmo esse foi o aprendizado mais difícil que já havia feito.
            Estou aqui, observando, orando e pronta a acolher e ainda insisto toda noite, apesar de não mais escutar a resposta, vocês se foram pela vida:
- Boa noite, meus filhos. Durmam com Deus. Desejo a vocês o reinado no coração do amor, mas principalmente, que saibam o quanto merecem ser amados.    

sexta-feira, 27 de maio de 2011

TERRA FERIDA

TERRA FERIDA

A tarde ia alta, o céu azul, límpido, sem nuvens, dava uma sensação boa, de que tudo estava certo.
O dia se arrastava morno como o trem que passa lento diante da estação vazia.
Olhava de um lado e de outro da estrada, às vezes, a paisagem se apresentava verdejante, pura, exalando doce perfume da natureza, outras a terra crua e vermelha refletia o sol incremente que gritava alto e assustava as aves; mas, de repente, olhei à direita, percebi que aquela imagem não se encaixava... era aberrante, a terra ferida.
Diminui a velocidade do carro e parei no acostamento. Inconformada, desci do veículo e me aproximei do corrimão, observava assustada à princípio, decepcionada depois.
Olhei à direita, era lindo, um monte protuberante, forrado de vegetação verde, aqui e acolá uma árvore colorida de rosa e outra de amarelo, alguns cavalos sonolentos pastavam. Imaginei uma casinha branquinha, pequenininha embaixo do flamboyant. Ali embaixo, na sombra fresca, eu brinco de rir e de espirrar água no pássaro que voa. Canto alto, até os grilos felizes me acompanharem. À noite vem e brejeira me convida a adormecer, uma chuva de flores e folhas faz barulho no telhado e sorrio diante da vida.
À esquerda eu olhei e vi um vale, beijado por um riacho manso, que saia de trás do monte, a relva fresca convidava a caminhar descalça, sorrindo, tirei os sapatos, que apertavam os meus pés, e, devagar, muito devagar, afundei no frescor do dia. Corri de um lado a outro, me atirei na grama, fechei os olhos e adormeci. Um sono assim de preguiça, de entardecer, livre voava nas asas do beija-flor, pousava de flor em flor. Ah! Liberdade com o rosto em chamas pelo calor do sol, refrescado pela umidade simples da brisa.
Ah! Ao centro. Que dor!
A terra ferida exclamava confusa: O que foi feito de mim?
Acordei aos prantos, o susto grande com o barulho infernal.
Uma nuvem se espalhava em direção ao céu, parecia mais um cogumelo e, que triste, lembrou-me a Rosa de Hiroshima.
Uma beleza agressiva, uma visão infinita.
E a terra ferida clamava sentida: O que foi feito de mim?
Afastei-me, dois passos atrás, não consegui lembrar-me da visão do morro e nem do vale, o barulho ensurdecia e entristecia, e ao longe ouvia a terra ferida gritar algo assim: O que foi feito de mim?


A natureza é o único livro
que oferece um conteúdo valioso
em todas as suas folhas.
Johann Goethe

domingo, 15 de maio de 2011

COMU QUI É QUI NÓIS VAMÚ FALÁ OU ESCRIVINHÁ?



Está aí, abaixo, postado na íntegra a matéria veiculada pelo Jornal Nacional.
Gostaria de fazer algumas perguntas aos autores do livro, principalmente, à senhora Heloisa Ramos, que colaborou na produção de um livro, que foi editado com o seguinte comentário: "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado", com a explicação: "Na variedade popular, basta que a palavra ‘os’ esteja no plural". "A língua portuguesa admite esta construção".
Juro que eu tentei, mas tentei mesmo encontrar em algum lugar do sub-mundo linguistico, alguma obra sulrealista que tivesse uma explicação efemera que fosse, sobre a adequada posição pluralistica da frase em questão. Chego a conclusão que os autores não sabem o significado de: correto, incorreto, adequado e inadequado. Aconselho a esses pretensos linguistas o uso de uma obra bem divulgada na comunidade brasileira: o dicionário, se quiserem uma indicação mais precisa, indico o "Aurélio", mas, se contudo, não conseguirem entender o que ali está escrito, posso indicar algumas escolas que disponibilizam, aos mais necessitados ignorantes da língua potuguesa, um excelente curso: o MOBRAL.
Desculpem, se estou sendo sarcástica, mas estou indignada..
A orientação aos alunos continua na página 15: "Mas eu posso falar 'os livro'?". E a resposta dos autores: "Claro que pode. Mas com uma ressalva, ‘dependendo da situação a pessoa corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico’”.
E no vestibular, quando tivermos que responder entre o correto e o incorreto, qual a alternativa que deverá ser escolhida?
Ou será que por causa desse livro fantástico em sabedoria linguistica, haverá uma alternativa extra:
f) Segundo o livro "Por uma vida melhor", está correto, mas só falado, porque escrito é errado.
Nossa! Que confusão! E os autores ainda falam em preconceito linguístico, será que eles sabem o isso quer dizer? E vítima?
E o Ministério da Educação assina embaixo e distribui para as escolas públicas, qual será a intenção real desse pessoal?
Já sei, é uma maneira de fazer com que fiquemos mais confusos, assim na hora de votar, a mente fica entorpecida e apenas usamos as colinhas prontas. UFA! Descobri.
Ou então, o Tiririca assumiu esse ministério e decide as coisas como funcionário fantasma.
Ou ainda, a senhora Heloisa Ramos e seus co-autores resolveram fazer uma nova reforma gramatical e ortográfica, à partir do povo que anda frequentando as escolas públicas, sem controle de qualidade algum, isto é, nivelando por baixo.
Por mais que tente entender essa história, fico mais confusa. Eles estão conseguindo!
Isso só tem comparação com a história da não reprovação de alunos, ainda nas escolas públicas.
Quando eu tinha doze anos, estudava no Colégio Oswaldo Cruz, em São Paulo, quem conheceu deve lembrar que era no centro da cidade, mais precisamente na rua Santa Isabel, eu e minha irmã resolvemos ir para uma escola pública. Agora pasmem: precisamos fazer um vestibulinho para provar que teríamos capacidade de frequentar, e ainda, precisamos de professor particular, por seis meses, para conseguir entender o que os professores falavam.
E falam mal do governo daquela época? E agora? Existe algo mais grave do que falar mal? (Dos dois jeitos)
Bom... é só mais uma que estamos permitindo acontecer?
Dizem que critica sem sugestão, é fácil; então, sugiro:


SENHORES PROFESSORES,
RECUSEM O USO
DESSA CARTILHA DO MAL!

MATÉRIA VEICULADA NO JORNAL NACIONAL

Um livro de português distribuído pelo Ministério da Educação (MEC) para quase meio milhão de alunos defende que a maneira como as pessoas usam a língua deixe de ser classificada como certa ou errada e passe a ser considerada adequada ou inadequada, dependendo da situação.
Na semana em que o Jornal Nacional tem discutido os maiores problemas do Brasil na educação, os argumentos da autora do livro e as reações que provocaram estão na reportagem de Júlio Mosquéra.
A defesa de que o aluno não precisa seguir algumas regras da gramática para falar de forma correta está na página 14 do livro “Por uma vida melhor”. O Ministério da Educação aprovou o livro para o ensino da língua portuguesa a jovens e adultos nas escolas públicas.
Ele apresenta a frase: "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado", com a explicação: "Na variedade popular, basta que a palavra ‘os’ esteja no plural". "A língua portuguesa admite esta construção".
A orientação aos alunos continua na página 15: "Mas eu posso falar 'os livro'?". E a resposta dos autores: "Claro que pode. Mas com uma ressalva, ‘dependendo da situação a pessoa corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico’”.
Heloísa Ramos, uma das autoras do livro, disse que a intenção é mostrar que o conceito de correto e incorreto deve ser substituído pela ideia de uso adequado e inadequado da língua. Uso que varia conforme a situação. Ela afirma que não se aprende o português culto decorando regras ou procurando o significado de palavras no dicionário.
“O ensino que a gente defende e quer da língua é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com diferentes práticas, diferentes situações de comunicação para que essa desenvoltura linguística aconteça”, declarou ela.
O Ministério da Educação informou em nota que o livro “Por uma vida melhor” foi aprovado porque estimula a formação de cidadãos capazes de usar a língua com flexibilidade. Segundo o MEC, é preciso se livrar do mito de que existe apenas uma forma certa de falar e que a escrita deve ser o espelho da fala.
O Ministério da Educação disse que a escola deve propiciar aos alunos jovens e adultos um ambiente acolhedor no qual suas variedades linguísticas sejam valorizadas e respeitadas, para que os alunos tenham segurança para expressar a "sua voz".
A doutora em sociolinguística Raquel Dettoni concorda que é preciso respeitar o falar popular, que não pode ser discriminado. Mas ela enfatiza que a escola tem um objetivo maior, que é ensinar a língua portuguesa que está nas gramáticas.
“Se a escola negligencia em relação a este conhecimento, o aluno terá eternamente uma lacuna quando ele precisar fazer uso disso no seu desempenho social. Nós não podemos desconsiderar que a função social da escola, com relação ao ensino de língua portuguesa, é - em princípio - prioritariamente ensinar os usos de uma norma mais culta”, destacou.
O Ministério da Educação informou ainda que a norma culta da língua portuguesa será sempre a exigida nas provas e avaliações. (Jornal Nacional)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

ÊTA, CONFUSÃO! EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO?



"É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a humanidade" (Allan Kardec)

         Observando este fantástico e caótico mundão de Deus, chego a algumas conclusões relativas a minha própria vivencia. Conclusões estas baseadas em minha capacidade de entender e enxergar o que acontece a minha volta e dentro de mim.
         Percebo uma ansiedade muito grande na maioria das pessoas, através de críticas ferrenhas ao comportamento alheio, e me pergunto de onde virá tamanha insensatez de nossa parte em relação ao todo?
         Aprendemos com a Doutrina dos Espíritos que cada um de nós se manifesta de acordo com a sua capacidade de entendimento, e que o processo evolutivo é a única fatalidade nesse universo de aprendizado individual, que acabará se manifestando no todo, ou seja, na grande massa planetária.
         Seguindo esse raciocínio concluo, somando a admirável lei de causa e efeito, que a responsabilidade de cada uma das partes que compõe a qualidade da humanidade, será e é a causa do estado atual moral, que tanto criticamos.
         Através da história da humanidade observamos filósofos e missionários do bem nos alertarem sobre a realidade da herança que passamos de nós para nós mesmos, e o que temos feito com essa informação, além de olhar ao nosso redor e procurar culpados pelo nosso doloroso caminhar?
         Jesus passou por aqui há 2000 anos, aproximados, nos trazendo exemplos de uma era de amor e perdão, o seu Evangelho é o que necessitamos para direcionar a mente nesse processo de crescimento moral, nos falou, amorosamente, sobre amar o nosso próximo como a nós mesmos, e ainda nem conseguimos vislumbrar a nossa própria origem divina, as causas seriam nosso orgulho, nossa vaidade, nossa teimosia ou mesmo o medo de saber de nossa responsabilidade pela dor que criticamos?
         Expurgar dores nos é necessário, como instrumento de auto-defesa, mas no desequilíbrio acabamos por perder a racionalidade, ainda tão frágil nesse processo de reeducação, nos é necessário, e urgente, entender as causas das dores, assim num processo de educação consciente erradicaremos os desvarios de um espírito em cataléptico estado de ignorância. Os escândalos ainda são necessários, mas a reparação sempre o foi e sempre será a sua conseqüência direta, estarmos por aqui, vivendo em um mundo mental de transição, já é merecimento ou oportunidade?
         Observar, entender, criticar é necessário, mas também precisamos descobrir a capacidade de reflexionar sobre soluções viáveis e lúcidas, quando descobrimos falhas de comportamento individual ou de massa, senão estaremos apenas verbalizando sem ação.
         Sigamos o conselho sábio de Allan Kardec: "É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a humanidade", senão corremos o risco de sermos apenas depositórios inoperantes de informações, sem função, lembrando que educação é o conhecimento aplicado em nossas vidas, dia a dia.
         Que Deus nos abençoe nesse caminhar constante e produtivo, em benefício de nós mesmos. Questionar o porque das coisas nos é fundamental, mas observar a si mesmo com sinceridade, é exercer o “Orai e Vigiai”.

Eliane Macarini (elianemacarini@yahoo.com.br)

domingo, 8 de maio de 2011

AINDA POR AQUI!

Fiquei um tempo sem postar nesse blog, desde o dia 16 de abril, quando escrevi sobre meu amado amigo Junior.
Depois desse dia, abria, olhava, ensaiava e nada parecia suficientemente bom ou coerente para deixar aqui, registrado.
Confesso que passei por dias dificeis, dias em que precisei organizar pensamentos e sentimentos, pois eles estavam em estado caótico.
A passagem do Junior deixou-me a mente repleta de questionamentos e indagações, e não raras vezes, precisei posicionar-me para não permitir que esse estado d'alma tomasse rumos que não seriam saudáveis.
Mas... após vinte e dois dias, estou mais coerente, e acabei por dar nome aos meus sentimentos: saudade, angústia, injúria, revolta, incompreensão e mais ainda medo. Isso mesmo medo, medo da morte, pois as nossas relações ainda tem um aspecto material bastante intenso, de posse mesmo; e a partida de alguém que amamos ainda é relacionada à perda.
Perder é algo que nos incomoda e perder alguém que amamos é traumático, gera um vazio imenso no peito, e por mais que tentemos encontrar explicações ou razões, ainda é uma perda.
Descobri que apesar de ser espírita, estudiosa e apaixonada por essa doutrina de amor, que muito nos tem a ensinar, ainda trago em meu inconsciente o ranço de um passado que nos cobra afetos presentes, tocáveis e visiveis.
A descoberta disso, em um primeiro momento me entristeceu, pois trouxe consigo o questionamento pessoal sobre o que ando fazendo com o que venho aprendendo, e a crítica pessoal acaba por se tornar feroz e trazer um grande desconforto; mas... se aprendemos algo com a Doutrina dos Espíritos é, principalmente, analisar a nós mesmos e procurar respostas novas para questões antigas, e isso me levou a uma nova visão da situação que andava vivendo: os antigos vícios acabam por aflorar em determinadas circunstancias, e isso nos serve de instrumento a reeducar o nosso espírito eterno.
Então... pode não estar certo como deve ser, mas ainda, está certo como dá para ser.
Essa tristeza que sinto também é saudável e um dia ela vai diminuir diante de minha compreensão das Leis Naturais da Vida. Então estarei pronta para dizer: até logo, e não mais sentirei como dizendo: adeus.

 Um segundo vivido
em plenitude vale
mais que cem anos
aos tropeços.
(Joanna de Angelis)

sábado, 16 de abril de 2011

JUNIOR - UM SONHO, UM AMIGO

Hoje sim, estou bem, acredito que as saudades trazem ao meu coração a lembrança de muitos momentos, momentos de boa ventura junto ao Junior.
Um jovem que calado se fazia ouvir, que falando nos fazia calar porque sempre tinha algo importante a dizer. Não era daqueles que chegam aos encontros em alvoroço, e logo todos o vem, mas, era o Junior que onde entrava ficava pleno em nosso coração.
Durante nossos trabalhos espíritas de segunda-feira, era figura marcante, um divisor de águas, pela sua reação, sempre serena, sabíamos da qualidade que havíamos atingido.
Seu olhar era sereno, mas profundo e cheio de afagos amorosos.
Seu sorriso amável, trazia conforto e paz, porque nos fazia acreditar de seu amor por nós.
Durante a prece feita em sua homenagem lembro da analogia usada: um raio cortando a escuridão da noite sem estrelas e sem lua, iluminando com tal intensidade a sua passagem, que todos foram tocados por sua visão.
O Junior era tudo e era nada, pois sabia o momento de partir, mas viveu intensamente, sem deixar-se abalar pela partida eminente; não esquivou-se de um encontro amoroso, muito jovem, muito intenso. Abraçou sua amada Talita e caminhou pela vida, construindo e montando uma irresistível história de afinidade amorosa.
Planejou um filho e o recebeu de braços abertos e coração palpitante, participou de cada segundo dos tres anos do Gustavo, e tenho certeza que nunca será esquecido.
E nós, os seus amigos, aqueles que foram se juntando a essa caravana orientada pelo amigo, o quanto nos foi feliz esse encontro de amor e fidelidade.
E aqui estamos saudosos e felizes, pois sabemos que se foi em busca de novas aventuras, e uma delas, com certeza, continuará junto a todos nós.
O Junior é assim perfeito e imperfeito, graças a Deus, mas conseguiu algo que poucos conseguem entender ou mesmo enxergar, promover a união entre seus amigos.
Nos dias em que esteve internado no Hospital São Paulo, lutando por permanecer por aqui, mas também aceitando o que Deus o permitisse viver, aprendemos e modificamos a nossa própria visão de vida; apesar, de estar em coma induzido, fez com que seus amigos se tornassem amigos.
A noite em que partiu, nos reunimos mais uma vez, na varanda do Hospital São Paulo e oramos juntos para que estivesse entre os anjos do Senhor, e mais uma vez, os mais beneficiados fomos nós: os seus amigos.
Nós o amamos com paixão e emoção.
Nós o amamos com o lado puro de nossa origem divina.
Nós o amamos por tudo que se tornou em nossas vidas.
Nós o amamos por ter permitido esse amor.
Nós o amamos, enfim, por voce ser nosso amigo.
Para voce, amigo, uma música que é sua cara:

Cativar

Uma palavra tão linda já
Quase esquecida me faz recordar
Contendo sete letrinhas e
Todas juntinhas se ler cativar

Cativar é amar
É também carregar
Um pouquinho da dor
Que alguém tem que levar

Cativou disse alguém
Laços fortes criou
Responsável tu és
Pelo que cativou

Num deserto tão só
Entre homens de bem
Vou tentar cativar
Viver perto de alguém.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

RUBENS RODRIGUES DOS SANTOS JR.

Ainda estou muito emocionada, e as palavras vem e vão, e eu não consigo desenvolver um texto que seja justo e belo como deve ser, então eu resolvi oferecer ao nosso querido Junior (Rubens Rodrigues dos Santos Junior), uma canção, que fala ao coração.

Canção Da América
Amigo é coisa pra se guardar
Debaixo de sete chaves,
Dentro do coração,
assim falava a canção que na América ouvi,
mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,
mas quem ficou, no pensamento voou,
com seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou,
com a lembrança que o outro cantou.
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito,
mesmo que o tempo e a distância, digam não,
mesmo esquecendo a canção.
O que importa é ouvir a voz que vem do coração.
Pois, seja o que vier,
venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto a te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar.




sexta-feira, 8 de abril de 2011

ABRAÇANDO AS NOSSAS CRIANÇAS


Eu olho para esses rostos tão simples, tão puros. tão inocentes e me pergunto:
Qual será o destino de cada um?
Quanto amor e carinho cada um poderá receber por direito divino?
Quantos afagos receberão naqueles dias de febre, de nariz escorrendo, de dor de ouvido, ou apenas por um joelho ralado?
O que será que eles pensam quando olham para nós, os adultos, responsáveis pelo seu bem estar?
Quando chega a idade escolar, qual o sentimento que os domina? Será ansiedade por iniciar uma nova aventura? Será medo por se sentir sozinho, longe do aconchego dos braços que os amam?
Por que choram?
Por que sorriem?
O que sonham durante a noite? Serão anjos a embalá-los nesses momentos abençoados de descanso?
Eles são a esperança de um mundo melhor, serão os construtores da nova era, mas onde eles estão sendo cuidados?
Nós temos a visão perfeita da responsabilidade no cuidado desses pequenos seres?
As questões se multiplicam em minha mente, às vezes angustiada, olho para o mundo e vejo o quão equivocados nós estamos, o quanto estamos longe de perceber a importancia da vida. E ainda me questiono por quanto tempo mais viveremos na bárbarie dos sentimentos que acabam por conduzir alguns de nós a momentos tão desequilibrados, a ponto de ceifar oportunidades nascentes, a vida de uma criança, ainda repleta de oportunidades e esperanças?
Ontem ao saber da tragédia que se abateu sobre o Rio de Janeiro, na forma mais hedionda que podemos imaginar em pesadelos terríveis, e que acabam por se tornar realidade nos noticiários do mundo; nesses momentos, os questionamentos são inumeros e preciso muito tomar cuidado com o rumo que meus pensamentos tomam, afinal eu contribuo para a qualidade energética do planeta em que vivo.
A mente fica sim conturbada pela dor de saber de uma tragédia igual a essa, mas eu sou espírita, e preciso avaliar o quanto já aprendi em forma teórica dessa bendita doutrina de amor, preciso avaliar os acontecimentos sob a ótica cristã. Então passo a reflexionar e penso: maldizer ao infeliz causador do drama, odiá-lo a ponto de desejar a mais terrível punição, permitir que nossos pensamentos deslizem soltos, à deriva de um rio caldaloso repleto de detritos, constituidos pelo medo, pela raiva, pelo desejo de vingança, pela negação de nossa origem divina, pela descrença na esperança, apenas agrava o caos que construimos para nosso mundo? Afinal fomos alertados: sois herdeiros de vós mesmos.
Então, será essa é a hora de fazer diferença? Apiedar-se das crianças chacinadass, dos pais e das mães em desespero, dos mestres e colegas transtornados pelo momento doloroso, pelo caminho que nossa sociedade anda trilhando, nas escolhas desenfreadas pelo consumismo, que acaba por nos turvar o raciocinio; mas, acima de tudo, orar pelo verdugo, que perdido num mundo torpe e triste, o de sua própria mete adoecida, deixou-se levar pelo medo, pela raiva, pelo desejo de vingança, pela negação de sua origem divina, pela descrença na esperança?
Devemos compreender que somente a transformação moral de cada um de nós poderá fazer de nosso mundo, um lugar melhor, habitado por criaturas melhores? 
Mas... enquanto alimentarmos sentimentos menos nobres, por aqueles que ainda deliquem contra as leis naturais, estaremos contribuindo para que a Terra, bendita morada de todos nós, continue a abrigar espíritos imperfeitos e malévolos?
Sempre lembrando que nossa natureza é a perfeição, e que a maldade é apenas um pálido reflexo de nossa ignorancia, qual deve ser nossa postura? Daquele que exige a punição de Deus em forma de terríveis castigos, ou daqueles que insistem em exercitar um perdão ainda reticente, mas benéfico?
Que o bem é eterno e nunca será vencido?
Que os escandalos são necessários, mas aí daquele por quem ele vier?
Que Jesus nos disse amorosamente: Não julgais para não serdes julgados, Aquele que estiver sem pecados, que atire a primeira pedra; mas sobretudo nos alertou com a maior das esperanças, quando nos disse: Sois deuses?
Oremos sim por aquele que fez o mal, ele é o mais necessitado de todos, e somente com perdão e paz em nossos corações, estaremos participando da educação das crianças da nova era, caso contrário estaremos ensinando-os a odiar, a ter medo, a ter desejos de vingança; e o futuro, nós o escreveremos com as cores e as formas que elegemos dia a dia em nossas vidas.
Para as crianças que partiram para os braços do Senhor, oferto a prece que ensinei aos meus filhos e ensino aos meus netos:

Santo Anjo do Senhor,
meu zeloso guardador,
se a ti me confiou a piedade divina,
sempre me rege, guarda, governa e ilumina.
Que assim seja.
             

sexta-feira, 1 de abril de 2011

UMA NOITE ESPECIAL


Segunda-feira, dia 29 de março de 2010, cheguei à Sociedade Espírita Cáritas, às 18.20hrs., estava sentindo muito cansaço e uma tristeza profunda.
Eu já contei sobre o ocorrido com minha sobrinha Gabriela, ela desencarnou aos 28 anos de idade, de maneira bastante desequilibrada, e isso deixou-me bastante impressionada.
Temos grandes amigos, também frequentadores do Cáritas, o Júnior e a Talita, pessoas muito especiais, e há mais de trinta dias o Junior está doente, com um diagnóstico bastante dificil, Granulomatose de Wergerner, o estado de saúde dele estava muito grave.
Somando os dois fatos e mais o que ando vivenciando como médiun de dupla vista, acabou por debilitar minhas forças mentais e físicas.
Desde o dia 12 de março, quando Gabriela morreu, eu a vejo em desespero, sempre gritando e implorando ajuda, mas, por mais que me esforce, para que ela me ouça e entenda que deve aceitar auxilio e começar uma nova etapa da vida, ela não consegue entender a minha intenção. Isso tem me deixado bastante ansiosa e triste.
Na segunda-feira ao chegar ao Cáritas, estava sozinha, sentei na cadeira frente a escrivaninha de nosso pequeno escritório, apoiei a cabeça na mesa e chorei muito, pedi ajuda aos Espíritos que ali nos assistem nos trabalhos de atendimento aos sofredores, falei-lhes sobre a incapacidade de poder atender às necessidades de Gabriela.
Ali fiquei sozinha e em oração, até que chegou o Sr. Luiz Rubens com boas palavras de incentivo, sempre sorrindo e de boa vontade. Senti-me melhor!
Logo após, chegou minha amiga Zuleica e desabafei com ela, melhorei mais um pouquinho, mas aquela angústia que andava me consumindo continuava a me atormentar.
Às 20 horas iniciamos o período de estudo com o Livro Pão Nosso, de André Luis, psicografia de Francisco Candido Xavier, o Ricardo leu a lição nr. 124, intitulada "Não falta", confesso que não consegui entender uma palavra, tudo parecia longe e diferente, olhava para meus pés e ali estava a Gabriela sentada e apoiada em meu colo.
Silvia começou a leitura de O Livro dos Médiuns, e por mais que me esforçasse não conseguia estar presente a reunião. Nosso amigo Aragão percebendo meu desconforto, veio me auxiliar, consegui alguma melhora, mas não o sufiiente para estar ali presente junto aos estudos da noite.
Finalmente, chegou o horário de nosso trabalho de desobsessão, que inicia sempre às 21 horas. Foi feita a prece, e ainda Gabriela ajoelhada aos meus pés, a sensação era tão intensa, que sentia o seu frágil corpo balançado pelos soluços de desespero, e o lamento constante:
- Tia me ajuda, tia me ajuda, tia me ajuda...
Elevei meu pensamento a Deus e implorei para que minha menina fosse atendida, para que eu não fosse o instrumento de intermediação para essa comunicação; tentava explicar sobre a minha incapacidade emocional de lidar com os sentimentos que invadiam minha alma.
Vi e senti o esforço da equipe espiritual que nos assistia, coordenada pelos amigos Ineque e Vinicius, tentando auxiliar essa amiga ainda tão fraca em sua fé. Vi ampararem a Gabriela e a posicionarem ao lado de outros médiuns de psicofonia, e ela rejeitar essa ação e voltar desesperada aos meus pés.
A emoção era tão forte que pensei que meu coração fosse explodir naquele momento, Vinicius se aproximou de mim, e como sempre faz, amorosamente e com paciencia, questionou-me:
- Minha amiga, o que devemos fazer?
Senti a urgencia e a importancia daquela momento, pedi apenas um minuto para me preparar, então coloquei-me a disposição do trabalho, da maneira que fosse necessário.
No mesmo instante, senti ser afastada de meu corpo material e ficar a certa distancia segura para manter o controle emocional e coordenar a comunicação de minha menina.
Bendito momento de oportunidade, o que vi e senti, irá acompanhar-me pelo resto da vida, como a prova do amor e da bondade de Deus e de nossos amigos encarnados e desencarnados.
Vi a união amorosa de nossa equipe encarnada, a disposição séria em ajudar e amparar essa companheira, senti-me segura e abraçada por mil anjos do Senhor.
Vi a equipe espiritual se movimentando, modificando fluidicamente o campo vibratório de Gabriela, vi a doação de ectoplasma de meus amigos encarnados, ser somada a energia espiritual ofertada por meus amigos desencarnados.
Vi essa intensa massa energética invadir o campo fluidico de Gabriela, propiciando um momento de paz, no qual ela conseguiu ouvir a fala mansa do Julio, o carinhoso abraço da Yolanda, a paciencia da Silvia em soprar no ouvido dela todo o amor que ela recebia, a fala firme e lúcida de Zuleica ajudando-a a enxergar além de sua própria dor.
Vi a atenção sublime de nosso cumpadi Aragão, quieto e firme, de mãos dadas com a oportunidade de mais um momento de carinhoso auxílio.
Vi o esforço amoroso da Julia, da Cristina, da Aide, do Ricardo, da Ana Claudia, do Wando, do Sr. Luiz Rubens em direcionar tanto carinho e amor a tão especial menina de meu coração.
Vi a Gabriela ceder ao amoroso consolo, ainda sem entender exatamente o que andava acontecendo em sua vida, mas amparada e mais serena, ela se foi nos braços de nosso Pai.
Chorei muito, por tão intensa emoção, agradeci muito a Deus por ter amigos tão especiais ao meu lado. Quando acreditei que já havia visto a mais linda cena de minha vida, admirada, percebi amorosa equipe médica do plano espiritual trazendo nosso querido amigo Junior para ser tratado.
A percepção de todos nós se ampliou de tal maneira que sabíamos o que estava acontecendo, intensa doação de energia animica aconteceu, olhava a minha volta e não conseguia conter a emoção pelo que andava vivenciando nessa noite especial.
Vi nosso amigo Julio ser o instrumento de transformação e miscigenação daquela maravilha.
Vi quando toda aquela maravilhosa energia atingiu um ponto máximo, então um brilho intenso aconteceu, e aquela luminescencia serena e veloz envolveu a todos.
Vi quando uma grande quantidade desse fluido invadiu o corpo de nosso amigo Junior e ele estremeceu, percebi encantada que aqueles pontos mais escuros que andava observando em seu perispirito, clarearam, e senti que cada célula doente era transformada em célula saudável.
E eles se foram, levando consigo a esperança, o amor e a bondade, e deixando para cada um de nós, amável sentimento de plenitude e felicidade.
Para mim ficou a certeza do que vi, a certeza da bondade de Deus que nos possibilita uma ação tão direta e eficiente, para que possamos realmente acreditar em nossa origem divina.
Terça-feira, 30 de março de 2011, não vejo mais o desespero de Gabriela, sinto que está bem e quando acordar desse sono reparador, acredito que poderá compreender melhor o que andou acontecendo em sua vida.
Terça-feira, 30 de março de 2011, às 8.30 hrs., Talita, a esposa do Junior, me liga, sua voz está animada e feliz, acaba de receber a notícia que o Junior está muito melhor, já meio acordado depois de quinze dias de um coma induzido, e ainda me diz que a nova radiografia mostra que os pulmões tiveram uma melhora de 50%, da noite para o dia. Então, conto a ela, mais ou menos, ainda estou muito emotiva e choro de alegria, o que houve na nossa noite especial, com nossos amigos especiais, afinal Talita e Junior também fazem parte desse grupo há mais de doze anos.
Por que estou contando com tantos detalhes esse caso?
Porque ele me transformou, participar disso tudo, me deu a certeza de dias melhores sempre, de que nunca estamos só, de que Deus realmente é PAI, com P A I maiusculos sem dúvida alguma.
Estou mais confiante, mais serena e consigo olhar a minha vota e entender finalmente que cada um atua nessa beleza de vida do jeito que dá conta, então tudo está muito certo. Acredito que até consigo perceber um certo ar de felicidade no mundo, afinal com certeza, ele tem jeito sim, eu vi isso acontecer.

 Não há dever que
tanto descuidemos
como o de sermos felizes.
(Robert Louis Stevenson)

segunda-feira, 14 de março de 2011

GABRIELA DE SUSTO EM SUSTO


Essa menina da foto é a Gabriela, querida sobrinha, nascida para o mundo dos encarnados à 24 de agosto de 1982.

Gabriela foi assim: uma alegria e um susto na vida de todos; uma alegria porque a vida é sempre uma festa, aos olhos que amam, e um susto porque a mãe acreditava estar de seis meses e a bichinha danada estava para chegar.

Gabriela era uma criança assim: comprida e magrinha, com um longo cabelo quase loiro, olhos grandes e sempre, sempre, alerta a uma nova estrepolia.

Gabriela adolescente, era assim: um susto grande, cada dia uma história nova, cada dia uma descoberta nova, era um tremendo tornado ganhando força, e quano chegava ao seu máximo... Nossa! Eram detritos para todos os lados.

Foi nessa época que ela deciciu ser skatista, uma figura admirável de se ver, sempre muito magra e fininha, vestida com aquelas calças largas, camiseta, pelo menos uns tres números maior, o cabelo comprido, agora preso num rabo de cavalo, e lógico skate embaixo dos braços. Treinava, treinava e treinava, visava campeonatos, dividia a pista com moleques sarados e peitava a todos. No fim era a rainha do pedaço, e mais adiante com um pino no tornonezo.

Voces pensam que ela desistiu? Não mesmo, logo estava perfeita de novo, e com o mesmo skate embaixo dos pés, voava pelos ares, e aterrisava como um bólido. E nossos corações cada dia mais e mais abalado. Até que um novo tombo a fez refletir e desistir do esporte. Sofreu até, nesse tombo quebrou a mandíbula superior, mas... era a Gabriela.

Na juventude, mais precisamente na UNIP, cursando direito, ela conheceu o Luciano, o nosso querido Lu. Ele foi a resposta para a escuridão que, as vezes, a envolvia, então a Gabriela floresceu, cresceu, animou e realizou.

Mas... voces se lembram que ela nasceu de susto? E de susto em susto, ela construiu família. O primeiro a chegar foi o Marcelo, e quando olho para essa maravilha da criação divina, lembro de uma menina muito esperta e falante, ativa e saliente, amada e paparicada, então penso:
- É cópia fiel da mãe.

Voltando na infancia, mais ou menos aos sete anos dessa espoleta, no carnaval. Resolvemos fazer uma festinha para as crianças em casa, e para isso trouxemos do maleiro, aquelas coisas esquisitas que acabamos guardando pela vida afora, tipo: um chapéu coco, uma echarpe brilhante, um sapato de plataforma enorme, um vestido de baile, muitas bijouterias bregas, mas que na época eram da hora, etc. e aquela figurinha linda olhou para mim e disse:
- Tia do que voce vai me fantasiar?
Olhei bem para ela e fiquei imaginando, então veio a idéia:
- Bicho grilo.
- Gostei do nome e como se faz isso?
Bom... improvisamos uma saia longa, uma blusa colorida, cabelo solto e faixa na testa. Ficou linda! E ela gostou tanto que durante muito tempo só andou de bicho grilo, não importando a opinião dos outros. E quando alguém criticava, dizia de nariz em pé:
- Voce que não use!
Tenho tantas lembranças, que elas se atropelam, se misturam e eu apenas choro, porque sei que sentirei tantas saudades que meu coração já dói.

Gabriela sempre dando susto em todo mundo, nasceu o Cyro, uma peça, hoje com 2 anos e 3 meses, ele tem cara de bravo, baixinho, troncudinho, lindo, fofo, gostoso e muito amável.

Enquanto suspiravámos com o nascimento do Cyro, ela fazia a Rebeca, isso mesmo, onze meses de diferença, mas acredito que já estavámos acostumados e até mesmo felizes com a família crescendo. Por essa ocasião, ela morava em Campo Grande e andava bastante triste de estar longe de todos, passando muitas dificuldades financeiras; mas Deus sempre nos socorre e não foi diferente com nossa menina, ela e o Lu encontraram emprego em Araraquara através de uma amiga.

E por aqui estavam eles há cinco meses, melhorando de vida, conseguindo se reerguer financeiramente, morando em uma casa muito confortável, acolhedora, iluminada e feliz.

Gabriela quando chegou de Campo Grande estava muito magra, mas muito magra mesmo, pálida, com olheiras profundas emoldurando olhos que pareciam maiores, no Natal já estava melhor, e agora na segunda e terça-feira de Carnaval ela estava muito bonita, nos disse que engordou 9 kgs., ainda brinquei com ela e perguntei:
- Como voce conseguiu esse bumbumzão, voce nunca teve?
- Ando malhando, tia, em academia e comendo direito.
Brincando falei:
- Tá até parecendo o meu.
- Ah! Mas o seu já está começando a despencar. (RS)
Ainda brincando dei um tapa no traseiro dela, e rimos muito.

Sábado, dia 12 de março de 2011, estava no Novo Shoping com minha família, quando recebi a notícia mais triste de minha vida: Gabriela estava morta.

A impressão inicial era que alguém estava fazendo uma piada de mau gosto, afinal ela tinha apenas 28 anos e eu a tinha visto outro dia, linda e saudável.

Depois fiquei brava, muito brava, não sei mesmo com o que, não era com Deus, com a vida, com a minha menina, com nada, apenas estava muito brava.

Depois senti uma urgencia enorme de ir para Araraquara, e tudo me parecia lerdo, lento, arrastado... o tempo não passava e a estrada não acabava. Quando chegamos e encontramos o Lu na Delegacia, pois ela morreu em casa, aí vi que realmente era verdade, a menina de olhos grandes não estava mais entre nós... então tudo virou uma grande tristeza, mas muito grande mesmo, que anda me cobrando lugar na vida, eu quero muito ser capaz de faze-la saudável.

Hoje, é dia 14 de março de 2011, e já consigo pensar que está apenas desencarnada, não mais morta, que ela vive em um mundo melhor, guardada pelos anjos do Senhor, e um dia quando eu partir para lá, ela estará me recepcionando.

Só sei nesse momento que a amo muito, minha menina dos olhos grandes e desejo a voce a paz daquele que retornou para casa.

Vá! Vá com Deus Linda Flor da Manhã!


"E no final das contas não são os anos
em sua vida que contam.
É a vida nos seus anos."
(Abraham Lincoln)