quarta-feira, 19 de outubro de 2011

IV FORUM CAMINHOS - O ESPÍRITO NA CIENCIA



IV Fórum Caminhos: O Espírito na Ciência
12 de novembro de 2011
Oásis Tower Hotel, Avenida Maurílio Biagi, 2955, telefone 3878.3000, Ribeirão Preto
Ementa: será uma oportunidade para se refletir sobre os avanços científicos na investigação da mente humana e o desafio que estes conhecimentos impõem ao espírita, considerando-se que os conceitos de alma e de mente aproximam a Ciência do Espiritismo. Quais as linhas de pesquisa disponíveis para investigar a mente humana na atualidade? Quais os resultados mais instigantes destas investigações, suas limitações e consequências? Existe discordância e/ou complementaridade entre as teorias científicas sobre mente e as teorias espíritas sobre Espírito? Existe um olhar que supere a aparente oposição entre Ciência e Espiritismo? Elaborar olhares capazes de nos levar para além das aparências do conhecimento contemporâneo é o objetivo do projeto da Associação Caminhos para o Espiritismo para o biênio 2011-2012. No IV Fórum Caminhos convidamos quatro pesquisadores, sendo três espíritas (Alfredo Rodrigues, Célia Mantovani e Nilza Pelá) e um não espírita (Cleiton Aguiar), que aceitaram compartilhar seus saberes em resposta ao desafio lançado.
Programação
13:30 Recepção dos participantes
14:00 Abertura do fórum
14:10 Primeiro Painel
14:10 Palestra 1: Antes de nascer – palestra em torno das pesquisas que relacionam fenômenos da vida intrauterina com as consequências para a vida pós parto. Um tema que envolve discussões sobre programação e limites comportamentais que podem ser definidos durante a gestação.
Conferencista: Profa. Dra. Nilza Teresa Rotter Pelá – professora titular aposentada pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Até a aposentadoria atuou na área materno infantil e na área de metodologia científica. Espírita pertencente ao quadro de expositores da União das Sociedades Espíritas Intermunicipal de Ribeirão Preto e membro do Caminhos para o Espiritismo. É articulista do Jornal Verdade e Luz.
14:55 Palestra 2: Bases neurais da memória, emoção e planejamento de comportamento - palestra em torno das pesquisas biológicas que relacionam o comportamento humano com os circuitos neurológicos cerebrais e as influências hormonais.
Conferencista: Cleiton Aguiar – atualmente é doutorando no programa de Pós-Graduação em Neurociências/Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Possui mestrado pelo mesmo programa e graduação em Ciências Biológicas pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Estuda as bases neurais da aprendizagem e memória em modelos animais de psicose, epilepsia e doença de Alzheimer.
15:40 Debate com o público
16:00 Intervalo
16:30 Segundo Painel
16:30 Palestra 3: Espírito e cérebro nas doenças mentais – palestra em torno das pesquisas científicas que identificam as causas orgânicas e psicológicas nas doenças mentais, discutindo com a psiquiatria formas de equilibrar o conceito de mente, Espírito e cérebro nas doenças do comportamento.
Conferencista: Célia Mantovani – médica psiquiatra e psicoterapeuta, atua como médica assistente no Setor de Emergências Psiquiátricas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, e mestranda em Saúde Mental na mesma instituição.
17:15 Palestra 4: Experiências de Quase Morte – palestra em torno das investigações sobre as Experiências de Quase Morte, discutindo as evidências de percepções cerebrais e percepções extra-corporais nos fenômenos descritos.
Conferencista: Prof. Dr. Alfredo José Rodrigues – professor de Cirurgia Cardiovascular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
18:00 Debate com o público
18:20 Encerramento

domingo, 16 de outubro de 2011

Morrer ou Desencarnar?




MORRER OU DESENCARNAR?

Eita, conceito difícil de assimilar e viver a diferença entre um e outro!
O primeiro, morrer, quer dizer: cessação da vida, extinção das funções vitais; enquanto que desencarnar, quer dizer: deixar a carne, passar para o mundo espiritual; então morrer é triste, é o fim, acabou, enquanto que desencarnar nos faz entender sobre um novo começo, mas com continuidade. Aprendemos com O Livro dos Espíritos, Livro II, Capitulo III, nas seguintes questões:
149. Em que se transforma a alma no instante da morte?
– Volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos, que ela havia deixado
temporariamente.
150. A alma conserva a sua individualidade após a morte?
– Sim, não a perde jamais. O que seria ela, se não a conservasse?
150-a. Como a alma constata a sua individualidade, se não tem mais o corpo material?
– Tem um fluido que lhe é próprio, que tira da atmosfera do seu planeta e que representa a aparência da sua última encarnação seu perispírito.
150-b. A alma não leva nada deste mundo?
– Nada mais que a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor. Essa lembrança é cheia de doçura ou de amargar, segundo o emprego que tenha dado à vida. Quanto mais pura ela for, mais compreenderá a futilidade daquilo que deixou na Terra.”
Tudo é muito simples e lógico dentro desta admirável filosofia espiritista, eu sou estudiosa da Doutrina dos Espíritos desde os cinco anos de idade, e feliz, acreditava estar cada vez mais educada espiritualmente; mas, nos últimos anos, descubro a cada dia, admirada com minha prepotência, que havia apenas assimilado conceitos teóricos. Por que?
Porque na hora de exercitar tais conceitos ando reticente... o desencarne ainda me parece uma grande perda, uma injustiça divina para aqueles que partem e para aqueles que ficam. Concluo que eles morreram, e aquele conceito básico que ando estudando sobre as múltiplas vidas, parece tão distante e tão triste, que acabo por questionar a sua serventia. Nesses momentos descubro, admirada, de minha própria insensatez, que a idéia imediata da distancia, rouba a minha crença ainda tão frágil diante das situações que ando vivenciando.
Descubro, ainda, que esse estado de alma, acaba por transitar entre algumas fases bem características de minha evolução moral e intelectual, e elas são bem delineadas:
  1. O susto: descobrir que alguém, a quem amamos, e já tínhamos decidido que faria parte de nossa existência até o final, partiu e não tem como voltar da mesma maneira, isto é encarnado(a);
  2. A obrigação, como espírita, de fazer cara de paisagem e atender a expectativa das outras pessoas que nos observam; se são espíritas, nos vigiando para ver o tamanho de nossa fé, e, os não espíritas, para fazer um teste e descobrir se esse negócio de espiritismo é bom mesmo. Esse estágio somos, literalmente, obrigados a não sofrer e sorrir quando nos questionam: “- Como você está?”, equilibradamente, então respondemos: “- Muito bem, afinal sei que ele(a) está muito bem.”
  3. Essa fase é a da comparação: olhamos a nossa volta e vemos um monte de desequilibrados, divulgando o sofrimento e a dor no planeta, mas ainda por aqui, e o nosso amor, tão bonzinho se foi. Então, precisamos entender: “Que quem é bom não precisa ficar por aqui.” Essa fase é a propulsora da revolta, afinal se estamos entrando na reta final de transformação planetária, quanto mais gente boa por aqui melhor.
  4. Estamos saindo da revolta, e entrando na rotina do dia a dia, a saudade bate forte, tudo que fazemos hoje sozinhos, antes contávamos com a presença do outro para dividir decisões, trocar idéias, etc. etc. etc. Ou até mesmo ficar quietos, longe um do outro, mas sabendo que ele(a) estaria ali a um toque da mão, do telefone, ou mesmo nas redes de comunicação. Aí vem um espírito de porco para nos dizer que nossa saudade faz mal ao que partiu.
  5. Por fim, vem a acomodação, das idéias, dos sentimentos, junto com o esquecimento do povo sobre a sua perda. Nesse momento, nós podemos racionalizar a informação que ainda não foi assimilada de maneira correta. Sentimos alívio quando andamos pela rua, e as pessoas não mais nos apontam, como se fossemos, verdadeiras aberrações da natureza.
Daí o tempo vem e acaba colocando as coisas em seus devidos lugares, meio envergonhada das minhas emoções desencontradas de minha crença, reflexiono sobre o acontecido.
Faço parte de um processo histórico que vem se desenvolvendo em meu intelecto há n encarnações, e o conceito de continuidade para mim, pelo menos, começa a tomar forma hoje, nessa oportunidade, então nada mais natural que antigos resquícios emocionais e intelectuais, aflorem e despertem sentimentos contraditórios as minhas novas aquisições de conhecimento. Essa nova postura baseada na filosofia espírita fornece novas informações de como posso me comportar diante de determinadas situações, isso não quer dizer que já substitui hábitos adquiridos em inúmeras outras vivencias. Normal, ainda, ter dúvidas e sentir receio desse afastamento, principalmente, porque não dominamos a qualidade de vida daquele que partiu, por isso mesmo, não podemos ter certeza absoluta que ele está como gostaríamos que estivesse, mas sabemos que ele está como precisa.
Fico muito irritada quando alguém me diz: Quem é muito bom não precisa ficar por aqui.
Nossa! Se já estou sofrendo com a partida do outro, ainda tenho que assimilar o conceito que se eu fiquei é porque não sou boa coisa? Que inferno!
Sinto saudades sim, eu choro, eu me lembro das coisas boas, mas na maioria do tempo as ruins que deram origem a partida, são as mais fortes, no primeiro momento da separação. Minhas intenções são as melhores, sinto amor com saudade, e preciso expurgar essa dor antes que ela se transforme em obsessão. Não acredito que minha dor saudável atrapalhe a caminhada do companheiro que partiu, ele deve estar sentindo o mesmo e irá compreender, e dividir comigo mais esse pedacinho na vida, afinal, ela, a vida ainda não acabou.
Nossa! Como é bom quando esquecem que nós estamos sofrendo, mas nos olham de maneira positiva e firme, apenas nos mostrando que estamos acompanhados e apoiados para superar o momento do trauma recente.
Nossa! Como é bom não precisar escutar opiniões atrapalhadas sobre os nossos sentimentos, que ainda nem sabemos quais são.
Nossa! Como é bom ficar anônimo, de mãos dadas com a amizade verdadeira, que apenas está ali, da maneira que nós precisarmos.
Ah! Se pudéssemos pensar e sentir assim, saberíamos, com certeza, que:

"Morrer é apenas não ser visto.
Morrer é a curva da estrada."
(Fernando Pessoa)