quarta-feira, 3 de agosto de 2016

VERSÃO DOIS DE: E SE... ROMEU E JULIETA NÃO TIVESSEM MORRIDO



DEZ ANOS DEPOIS...
            Romeu chega à casa cansado, trabalhava muito, precisava cada dia mais de dinheiro, nunca era suficiente o que ganhava. O cartão de crédito estava estourado, o cheque especial comia sua renda de maneira voraz, sem contar as contas atrasadas. Estava exausto, não sabia mais o que fazer.
            Entra pela porta da sala, está destrancada como sempre, Julieta nunca pensa em nada, só se preocupa com a aparência. Olha ao redor e fecha os olhos, desanimado, volta a observar o ambiente, está uma bagunça, fala alto como para expurgar demônios:
            - Que droga! Recolhi tudo e guardei tudo ontem à noite, e está essa bagunça de novo.
            Entra na cozinha e parece que um batalhão esteve por lá, abre a geladeira e está vazia.
            - Onde está toda comida que comprei no final de semana, Julieta quase não come, vive de regime, e nunca sobra nada nem para matar minha fome.
            Nesse instante ouve o portão elétrico ser acionado, fecha os olhos e tenta se acalmar, e pensa:
            “- Romeu vem me ajudar, não consigo estacionar o carro.”
            Dito e feito, em seguida ouve a voz melodiosa e manhosa da esposa:
            - Romeu vem me ajudar, não consigo estacionar o carro.
            Paciente vai ao encontro da linda mulher que o espera, ela apenas joga as chaves em sua mão, nem olha para o rosto do rapaz, e fala:
            - Vou tomar um banho estou exausta.
            - Onde você estava?
        - Na academia onde mais? Preciso me cuidar senão perco esse corpinho lindo. Apenas cansa, mas olhe só! – fala passando as mãos pelo corpo – Você não tem inveja ou vergonha quando se olha, está um trapo. Cuidado que arranjo outro.
            Romeu veja os olhos, trinca os dentes e apenas sorri.
         Entra no carro e o estaciona, quando sai percebe que a esposa bateu o carro de novo, a traseira está toda amassada. Fecha os olhos e tenta se acalmar, imaginado onde vai arranjar dinheiro para consertar ou trocar o veículo, conhecendo a mulher sabe que irá atormentá-lo até que resolva o assunto. Entra em casa e pergunta:
            - Você bateu o carro de novo?
        - É... precisa arrumar, enquanto isso alugue um para mim, não vou dirigir aquela furreca que você chama de automóvel.
            - Eu ando de furreca porque não sobra dinheiro para eu trocar por um carro melhor. Você gasta tudo.
         - Simples! Ganhe mais e não me amole, senão amanhã levanto com olheiras e, Deus me livre, com rugas de aborrecimento.
            Romeu se cala, e vai arrumar a casa, lavar louças, colocar roupas na máquina de lavar. Olha uma pilha de peças de roupas para passar e se recusa.
            - Hoje não! Estou muito cansado.
            Julieta sai do banho e grita enlouquecida:
         - Estou com fome, faz algo para eu comer, você sabe como eu fico quando estou faminta.
            - Não tem nada na geladeira, onde foi parar tanta comida.
          - Levei para a casa de minha mãe, assim ela economiza para fazer a viagem que tanto sonha... França... Paris... e se prepare porque decidi que também vou. Pega o telefone e peça comida. Algo leve, por favor, malhei muito para depois comer algo calórico.
            Romeu fecha os olhos, vai responder algo de má vontade, mas se controla.
            - Vou à quitanda comprar algumas verduras e legumes, faço uma salada.
            Julieta não se dá nem ao trabalho de responder, Romeu sai para a rua, olha o céu brilhante de estrelas e pensa:
            - O que aconteceu com ela? Por que essa transformação toda, ou era eu que cego de amor não vi como era fútil e egoísta, mas é minha esposa e preciso ter paciência. Quem sabe quando tivermos um filho, ela não melhora?
DOIS ANOS DEPOIS...
            Romeu ouve a campainha tocar.
            - Ela já chegou, agora que não posso mais pagar academia, ela vai andar na praça e volta mais cedo. Vou dar um jeito de pagar academia!
            O homem com andar pesado, vai estacionar o carro, está batido de todos os lados.
            - Romeu a partir de amanhã vou usar sua furreca, esse carro está horrível. Hoje fui motivo de gozação na praça quando estacionei.
           - Não vai não, eu preciso trabalhar e de um carro que ande. Seu carro só tem quatro anos e você o transformou em sucata, esse é um problema seu.
            - Nossa! Credo! Como está comigo, meu bichinho! Andei pensando em engravidar, o que você acha?
          - Não quero, não posso sustentar um filho até pagar as dívidas que você me obrigou a fazer. Além do mais, não colocaria um filho meu em suas mãos de jeito nenhum.
            - Credo, amor! Como você está irritado! Venha cá dar um beijinho.
            - Não quero! Cansei! Entendeu? Fique longe de mim!
            Romeu entra em casa e se tranca no escritório. A casa está parecendo um campo de guerra, ele não se importa mais.
NOVE MESES DEPOIS...
            Romeu chega à casa, Julieta já está por lá, a casa está limpa, as roupas lavadas e passadas... ele fecha os olhos e pensa:
            “- Ai vem bomba e das poderosas.”
            Encontra a esposa na cozinha, está fazendo o jantar. Ele desconfiado, pergunta:
            - O que está acontecendo? Sem rodeios, por favor!
            - Estou grávida!
            - Grávida? Como? Faz mais de ano que não a toco.
            - É do meu personal training?
          - Personal training, como você tem um, se nem ao menos temos dinheiro para pagar a academia?
            Julieta olha para ele meio de lado, e fala:
            - Arranjei outro jeito de pagar.
            Romeu fecha os olhos e pergunta com calma:
            - E o que ele falou? Pelo menos você contou a ele, não é?
            - Ele quer a mim e não a criança.
            - E o que você quer de mim?
            - Que aceite ser o pai de meu filho.
            Romeu fecha os olhos e, admirado, percebe que não se importa com Julieta, olha para ela e sente compaixão, é apenas uma criança mimada.
            - Vamos ver!
UM ANO E UNS DIAS DEPOIS...
            Romeu chega à casa, está tudo silencioso, estranha, Julieta vive irritada e gritando por qualquer coisa, não tem paciência alguma com Estela, seu bebê de quatro meses.
          Entra na sala, o caos voltou, descobre que precisa limpar a casa de novo, tem fraldas e mamadeiras sujas espalhadas por todo canto.
            No espelho que enfeita a sala, um bilhete escrito com batom:
           - Fui embora com o Gininho, meu personal training, deixo o bebê para você. Acabei de dar mamadeira para essa coisa horrorosa, não a dexei sozinha, esperei na esquina ver você chegar. Fui!
          Romeu corre para o quarto da filha e aliviado descobre que a criança dorme tranquila. Olha o pequeno e rosado rostinho, tão perfeito, e sorri, pensa:
            - Eu dou um jeito, já paguei as dívidas, agora vou fazer uma poupança para sua educação.
VINTE E CINCO ANOS DEPOIS...
            Romeu se casou de novo, ou melhor, juntou os trapos com uma moça amorosa, ela não é tão bonita como Julieta, mas lhe deu dois lindos filhos e cuidou de Estela como se, realmente, fosse sua filha. E todo dia quando ele chega a casa, ela o recebe sorrindo e com abraços e beijos saudosos.
            Estela se casou e lhe deu uma netinha, sua cópia, linda!
            Toca a campainha, Romeu vai atender.
            - Julieta?
            Ele a olha boquiaberto, demorou em reconhecer a ex-esposa, deve ter feito tanto cirurgia plástica que... desistiu de definir o que via. Essa era Julieta!
            Ela foi entrando e olhou a bebê e estranhando perguntou:
            - Essa é Estela? O que aconteceu? Ela encruou?
            Romeu riu alto e com gosto, respondeu:
            - É sua neta, seu nome é Flor.
            Julieta arregala os olhos e irritada abana as mãos sem emitir um único som. Tenta se controlar e com voz rouca, pergunta:
            - Neta?
            - É sim, sua neta.
            - Nunca mais repita isso.
            Sai correndo como se perseguida por mil demônios, bate o portão.
            Nunca mais ninguém a viu por ali.



segunda-feira, 1 de agosto de 2016

E SE... ROMEU E JULIETA NÃO TIVESSEM MORRIDO?

E SE... ROMEU E JULIETA NÃO TIVESSEM MORRIDO?


DEZ ANOS DEPOIS...

            - Ah! Chegou, que droga... o dia passou como um raio hoje. Não deu tempo nem de tomar um banho.
            - Querida! Cheguei!
            - Já sei. O jantar está quase pronto. Vai tomar um banho, e brinca um pouco com as crianças para eu terminar aqui.
            - Já vem você me dando ordens, como se eu fosse um dos seus filhos. Trabalhei o dia inteiro para sustentar essa família, enquanto você ficou aqui na boa. Não faz nada o dia inteiro!
            - Como não faço nada, quem você acha que lava e passa a roupa, limpa casa, faz comida e ainda cuida de sete filhos? Quer saber, já disse que não explico mais isso, qualquer dia resolvo e não faço mais nada. Quero ver você reclamar depois! E além do mais, aqui não é a história da Cinderela, ela pelo menos tem ratinhos e passarinhos que a ajudam nos afazeres.
            - É a nossa história é do Romeu idiota, que largou tudo por você, deixei para trás as facilidades, uma herança que me sustentaria à vida toda sem fazer nada. Até enfiei uma golada de veneno para dentro, meu estômago dói até hoje.
            - Grande coisa! Eu tomei aquele remédio horroroso, e depois disso, não posso mais nem tomar leite que me dá diarreia, e depois ainda enfiei seu punhal idiota no corpo e fiquei com uma cicatriz horrível. Tudo ideia daquele padre idiota! E vai tomar banho, a comida vai estar na mesa em dez minutos, assim me ajuda a dar para as crianças.
            Romeu se levanta do sofá, e sorri entredentes, pensando:
            “- Ela que pensa que eu vou sentar a mesa com os sete diabinhos, que se vire, vou tomar um banho de uma hora.”
            Uma hora depois...
            - Uai! Cadê a comida?
            - Acabou!
            - Como acabou? Você não deixou nem um prato para mim? Estou com fome!
            - Seus filhos comeram tudo!
            - Cadê eles?
            - No quintal brincando!
            - Mas você comeu, não é?
            - É. Eu estava sentada à mesa com meus filhos, na hora certa, e não fazendo onda debaixo do chuveiro, que gasta uma fortuna de eletricidade e água, só para não ajudar minha esposa e conviver com meus filhos. Você sabia que nem os viu depois que chegou?
            - O que eu vou comer?
            - Não tenho ideia. Se vira, você não é o bom?
            Romeu levanta do sofá e vai para a cozinha, abre a geladeira e a encontra quase vazia.
            - Não tem nada aqui.
            - Sinal que você não ganha o suficiente para sustentar sua casa. A comida de hoje, eu comprei com alguns concertos em roupas que fiz, mas amanhã só tenho o suficiente para os filhos. Então, quando chegar a casa traga o que comer, porque não vai ter.
            Romeu abre a geladeira, pega duas garrafas de cerveja e avisa Julieta:
            - Vou até a casa do Geraldo, o vizinho.
            - Sei quem é o Geraldo, o bebum aqui do lado. Vai encher a cara, sem nem mesmo dar boa noite para as crianças, e ainda filar comida dos outros.
            - Não enche meu saco, qualquer dia vou embora.
            Julieta fica sozinha, as lágrimas escorrendo pelo rosto, vai para o quintal brincar com as sete crianças. Algumas horas depois, oferece leite aos filhos, os coloca na cama e vai lavar a louça.
            Com a barriga enfiada na pia, a roupa molhada pelos respingos da torneira, que já consertou várias vezes, ouve a porta se abrir, desesperada pensa:
            - Jesus! O homem voltou e no mínimo vai querer uma noite de sexo louco, comigo dormindo. Deus me livre! Estou tão cansada!
            Dito e feito, Romeu cheirando a álcool e suor se aproxima, cola o corpo no de Julieta, aperta seus seios e fala em seu ouvido.
            - Vou te esperar na sala assistindo televisão, depois vamos para o quarto fazer as pazes.
            A moça fecha os olhos, engole em seco e pensa:
            - É só demorar um pouquinho por aqui, que ele dorme logo.
            Sozinha na cozinha, fazendo operação tartaruga na limpeza das louças, começa a relembrar o passado.
            O amor era tão forte, tão romântico, que aceitara a ideia do padre, fingir o suicídio. O que os dois não contavam era que Romeu não recebesse o recado, mas também aquele religioso guloso tinha que sair de perto para fazer uma boquinha.
            O resultado foi que Romeu em desespero havia tomado aquele veneno horroroso e o inferno ainda estava contaminado com bactérias. Está certo que foram socorridos a tempo, o padre os escondeu, dizendo que os corpos haviam sumido, deu mesmo a entender que foram levados aos céus como Jesus Cristo. E eles fugiram, depois de dois anos peregrinando de hospital em hospital, porque Romeu pegara uma baita infecção e quase morreu.
            Naquela época ela acreditava que tudo ficaria bem, e mesmo quase morto, ele a engravidara duas vezes, conforme as lembranças vinham, Julieta foi ficando com raiva, e falou alto:
            - Miserável, desde essa época só dando trabalho e fazendo corpo mole.
            Respirou fundo, e tentou reformular as ideias que a assombravam no dia a dia:
            - Eu o escolhi e o amava muito. Não é tudo que eu queria, mas eu também não sou. Vou ficar com ele hoje e fazer com que essa noite seja uma noite memorável, um recomeço de vida. Vou despertar os antigos sonhos de felicidade!
            Feliz pela decisão tomada vai ao banheiro, toma um longo banho perfumado, raspa as pernas que estavam um horror, penteia os cabelos desgrenhados pelos maus tratos. Olha no espelho e desvia logo o olhar, não gostou do que viu, então sorrindo pensa:
            - Também depois de sete filhos e os partos pelo SUS o que eu queria?
            Enrola a toalha no corpo, e vai avisar Romeu que está pronta para uma noite de amor:
            Para na soleira da porta, sente raiva e ao mesmo tempo certo alívio, Romeu está escarrapachado no sofá, roncando como um porco. Ela o observa e pensa:
            - Onde foi parar aquele homem lindo que mudara completamente sua vida. Estava barrigudo, careca e, santo Deus, com as unhas dos pés verdes.
            - Argh! Deve ser micose!!!
            Vai para o quarto coloca o mais feio de seus pijamas, deita na cama e nem mesmo lembra a hora que colocou a cabeça no travesseiro. Adormece!
            Na manhã seguinte:
            - Você me deixou dormindo no sofá! – fala Romeu irritado.
            - Depois que terminei o serviço, tomei banho e fui chama-lo, você já estava roncando. – bate na barriga do marido, e continua – Deve ser por causa desse barrigão de cerveja ou por falta dos cabelos.
            - Eu posso estar com barrigão e careca, mas seus peitos estão caídos.
            - Podem estar caídos, mas estão aqui. Quanto aos seus cabelos jogo uma pá no lixo todo dia. E o barrigão está cobrindo o sexo.
            Romeu olha em direção ao seu membro, puxa a barriga para cima, e emburrado, pergunta:
            - Cadê o leite?
            - Seus filhos tomaram.
            - Tem pão?
            - Seus filhos comeram.
            - Tomo café na rua, tenho uns trocados na carteira.
            - Não tem mais, já peguei para juntar e comprar o remédio de asma do Junior.
            - E o que eu vou comer?
            - O mesmo que sobrou para mim... nada! Ou então vende as garrafas de cerveja que estão na geladeira e faça uma despesa para a casa.
            - Tá muito quieto aqui, cadê os diabinhos?
            - Já levei meus anjinhos para a escola.
            - Mas... e o bebê?
            - O bebê, Miguel, já está na creche há dois meses. Agora não me amola mais, vou fazer bolos para vender.
            - Desde quando você faz bolos para vender? Que vergonha, o que o povo vai pensar?
            - Que eles são deliciosos e sustentam seus filhos, já tenho encomendas para hoje, então me deixa trabalhar.
            - Guarda um para mim. E já que as crianças não estão em casa, a gente podia aproveitar um pouquinho, não é?
            Julieta olha para ele atravessado, ele sai da cozinha e vai trabalhar.

            QUINZE ANOS DEPOIS...

            - Mãe estou saindo para trabalhar.
            - Vai com Deus meu filho!
            - Também estou indo, o Junior vai me dar uma carona. A Julia está chegando com as crianças.
            - Vai com Deus, meu anjo!
            Julieta acolhe duas crianças nos braços com muito carinho.
            - Vovó, podemos fazer massinha antes de ir para escola?
            - Pode sim, meu bem. Hoje a vovó vai fazer pães doces para entregar, então me ajudarão e cada qual fará uma para o lanche da escola, está bem?
            - Cadê o vovô? Já está deitado na rede?
            - Ainda não, querido, ainda está deitado na cama.
            - Minha mãe falou que ele precisa caminhar, está muito gordo, e o coração ruim.
            - Vamos lá chamar o vovô para tomar café, assim ele anda da cama para a rede.
            Julieta entra no quarto e percebe que algo está errado, pede às crianças que a ajudem e varram a cozinha para começarem logo a fazer as massas. Fecha a porta, se aproxima e percebe que Romeu morreu.
            Abraça o corpo inerte e fala com carinho:
            - Sei que brigamos muito, que não fui tudo que queria para você, assim como você também deixou algumas coisas a desejar, mas eu o amo muito e ficarei triste sem você.
            Passa a mão pela cabeça lisa, sem um fio de cabelo, olha o rosto amado e pensa:
            - Como você é lindo, meu amor!
            O espírito de Romeu a abraça e fala ao seu ouvido:
            - Você é linda e vou sentir saudades de cada momento que vivemos juntos.

DEZ ANOS DEPOIS...

Julieta continua viúva e cultuando a memória de Romeu, mas percebe que no fundo as coisas foram se modificando. Mãe de sete filhos, sogra de genros e noras que a respeitam, e o melhor de tudo... avó de doze netos, que ajudou a cuidar. Sua neta mais velha aguarda seu primeiro bisneto.
Aquela noite foi deitar mais cansada que o normal, deu por conta da idade.
Acordou pela manhã e tudo estava diferente, ao lado de sua cama, seu jovem Romeu estendeu-lhe as mãos com carinho e falou emocionado:
- Acompanhei você por cada minuto destes dez anos, e a admiro e amo cada dia mais. Estava com saudade!
Julieta se levanta, olha ao redor, esse é seu quarto, mas está diferente, olha para Romeu e pergunta:
- Eu morri?
- Veio se encontrar comigo, e espero que aceite ser minha esposa novamente.
Julieta o olha, dá a volta ao seu redor, bate em seu ombro de leve e fala:
- Bons amigos! Apenas bons amigos!