domingo, 8 de maio de 2011

AINDA POR AQUI!

Fiquei um tempo sem postar nesse blog, desde o dia 16 de abril, quando escrevi sobre meu amado amigo Junior.
Depois desse dia, abria, olhava, ensaiava e nada parecia suficientemente bom ou coerente para deixar aqui, registrado.
Confesso que passei por dias dificeis, dias em que precisei organizar pensamentos e sentimentos, pois eles estavam em estado caótico.
A passagem do Junior deixou-me a mente repleta de questionamentos e indagações, e não raras vezes, precisei posicionar-me para não permitir que esse estado d'alma tomasse rumos que não seriam saudáveis.
Mas... após vinte e dois dias, estou mais coerente, e acabei por dar nome aos meus sentimentos: saudade, angústia, injúria, revolta, incompreensão e mais ainda medo. Isso mesmo medo, medo da morte, pois as nossas relações ainda tem um aspecto material bastante intenso, de posse mesmo; e a partida de alguém que amamos ainda é relacionada à perda.
Perder é algo que nos incomoda e perder alguém que amamos é traumático, gera um vazio imenso no peito, e por mais que tentemos encontrar explicações ou razões, ainda é uma perda.
Descobri que apesar de ser espírita, estudiosa e apaixonada por essa doutrina de amor, que muito nos tem a ensinar, ainda trago em meu inconsciente o ranço de um passado que nos cobra afetos presentes, tocáveis e visiveis.
A descoberta disso, em um primeiro momento me entristeceu, pois trouxe consigo o questionamento pessoal sobre o que ando fazendo com o que venho aprendendo, e a crítica pessoal acaba por se tornar feroz e trazer um grande desconforto; mas... se aprendemos algo com a Doutrina dos Espíritos é, principalmente, analisar a nós mesmos e procurar respostas novas para questões antigas, e isso me levou a uma nova visão da situação que andava vivendo: os antigos vícios acabam por aflorar em determinadas circunstancias, e isso nos serve de instrumento a reeducar o nosso espírito eterno.
Então... pode não estar certo como deve ser, mas ainda, está certo como dá para ser.
Essa tristeza que sinto também é saudável e um dia ela vai diminuir diante de minha compreensão das Leis Naturais da Vida. Então estarei pronta para dizer: até logo, e não mais sentirei como dizendo: adeus.

 Um segundo vivido
em plenitude vale
mais que cem anos
aos tropeços.
(Joanna de Angelis)

Um comentário:

  1. Eliane, que beleza de reflexão. É exatamente o que estou sentindo no momento! Interessante notar que suas palavras, ainda que falassem de seus pensamentos, tristezas, angústias, pareciam as minhas próprias palavras. Acho que estamos vivendo momentos muito semelhantes! Como a morte é difícil de ser aceita, mesmo para um espírita! me dói pensar que o corpo é reduzido a tamanha insignificância, pois o corpo também é da natureza, também é divino, também é maravilhoso... Por que apenas o espírito mantém-se indestrutível e este corpo pelo qual amamos, sentimos, percebemos a vida, torna-se nada?
    Questões, questões...
    Abraços, com carinho!

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