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- O que está acontecendo com você? Algo grave a incomoda?
- Não, está tudo bem. Está tudo bem mesmo! Sou eu, apenas eu. Não consigo me interessar por nada, nada me atrai a atenção. Até mesmo meu corpo me incomoda, parece que não sou eu.
- Como assim?
- Pela manhã quando acordo, até que estou bem, tenho observado esse fato há algum tempo, e ontem percebi que essa sensação de não estar no lugar certo, começa quando olho no espelho e encontro a imagem de um rosto desconhecido para mim.
- Entendo! Qual a sensação que você tem ao acordar?
- De alegria mesmo, de esperança, lembro de outras coisas que nada têm com essa vida sem graça que levo.
- São como recordações muito intensas?
- Isso mesmo. Lembro de uma casa no meio do campo, uma varanda com cadeiras normais e duas cadeiras de balanço. Se forçar vejo um casal de idade sentado e balançando as cadeiras, eles estão de mãos dadas e vez ou outra olham um para o outro com muito carinho, parecem encantados por estarem ali juntos, há várias crianças brincando por ali, todas alegres. Sinto uma felicidade enorme, é como se estivesse observando essa cena, isso acontece desde que eu era criança.
- Recordações de uma outra vida?
- Eu sinto muitas saudades do homem, a sensação é que ele morreu e eu fiquei sozinha. Tem uma outra cena, a senhora a beira de um túmulo nos pés de uma árvore, orando e pedindo a Deus para ir embora com ele, nesse momento algumas crianças se aproximam e a pegam pelas mãos, dizendo que é hora do almoço, ela vai, bem diferente do que era, o passo é cansado, os olhos tristes; depois a vejo sentada na varanda, na cadeira que era dele, ela tem o olhar fixo num determinado ponto e quando me viro e olho, vejo que observa a árvore onde ele foi enterrado.
- Não sei o que dizer dessas suas lembranças, eu sou espírita, na casa que frequento há o atendimento fraterno, acredito que as pessoas que trabalham lá, podem te ajudar de uma forma mais eficaz. Vamos comigo hoje à noite?
- Vamos sim, estou muito cansada. Para mim está sendo difícil viver cada dia, a saudade que sinto, não sei de quê, cresce no meu peito e me escraviza a cada dia. Estou ficando obsedada por essa ideia, e sei que vou encontrar esse homem, um dia, em minha vida, então só espero por algo que, certamente, é apenas fruto de minha insatisfação, mas que também me mantem viva. Que doideira!
À noite, as duas amigas entram no salão da agradável casa espírita, estão esperançosas quanto aos resultados.
A moça das lembranças olha a sua volta buscando um lugar para sentar, encontra os olhos admirados de um rapaz que a observa. Ela sente o coração saltar em seu peito, pega a mão da amiga e a aperta com força, respira fundo e fala:
- Ele está aqui! Eu o encontrei!
O rapaz se levanta, ele tem os olhos marejados de lágrimas, se aproxima, estende as mãos para ela e fala emocionado:
- Venha sentar ao meu lado!
Eles se olham com carinho e sabem que encontraram sua vida, sentam-se lado a lado, de mãos dadas.
"...Confia e vai em teu caminho de paz.
Nada é mais gratificante que ver alguém submergindo
da escuridão apenas por haver acreditado na existência da luz.
Nada é mais gratificante que ver alguém submergindo
da escuridão apenas por haver acreditado na existência da luz.
Ela sempre esteve presente...
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