Uma
situação triste acontece quando alguém acredita estar na posição irrefletida de
julgar, criticar, culpar e chegar ao extremo de sentir-se no direito de
castigar o outro. Não há desculpas para este ato prepotente e desequilibrado, e
quando ele está baseado no preconceito, seja lá do que for, mostra apenas a ignorância
daquele que transita neste mundo obscuro e caótico, resultado de uma mente que
perverte conceitos e valores morais e éticos.
A
palavra pre+conceito por si só já define a sua função diante de determinadas
situações, ou seja, definir uma ideia como verdadeira sem ter conhecimento para
tanto. No dicionário encontramos uma longa e lúcida definição, resumindo:
·
Conceito
ou opinião formado antes de ter os conhecimentos adequados.
·
Opinião
ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de
experiência ou razão.
·
Superstição
que obriga a certos atos ou impede que eles se pratiquem.
·
Sociologia: Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou
generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos.
·
Preconceito de classe: atitudes discriminatórias incondicionadas contra pessoas de outra classe
social.
·
preconceito racial: manifestação hostil ou desprezo contra indivíduos ou povos de outras
raças.
· Preconceito religioso: intolerância manifesta contra indivíduos ou
grupos que seguem outras religiões.
Ou
seja, nada racional, nada pensado e nem refletido, apenas a manifestação sem
lógica de uma ideia que não foi abalizada sobre fatos reais, apenas o
entendimento, ou falta dele, sobre um assunto que se recusou a passar pela
inteligência em formação daquele que emitiu seu parecer acreditando ser o dono
da vontade alheia.
Todo
indivíduo que passa por um processo condicionador elimina de sua mente a
capacidade de pensar e formar opinião própria. Num triste processo social de
condicionamento dentro de ideias emitidas por determinados grupos e reforçados
de tempos em tempos por grupos afins, acaba por serem disseminadas inverdades
que conflitam com a liberdade de escolha, por exemplo, de grupos denominados na
atualidade de minorias.
O termo “minorias”
é usado de forma genérica para fazer referência a grupos sociais específicos
que são entendidos como integrantes de uma menor parte da população, diferenciados
por suas características étnicas, religiosas, cor de pele, país de origem,
situação econômica, limitações físicas ou mentais, etc... Se
discutirmos este etc., teremos mais uma longa e triste relação de
comportamentos descabidos de alguns para com esses desafortunados sociais.
Pensando
no assunto, a definição “minoria” já é uma forma de preconceito, pois o direito
de cidadão, do ser humano não deve restringi-lo a quantidade de indivíduos que
vivem histórias semelhantes, em minha opinião ainda tão desprovida de
entendimento, a segregação social só acontece porque existem grupos de pessoas
radicalizadas por ideias formadas a partir de seus próprios temores e
ignorância.
E
esse grupo na realidade é o foco de meu preconceito a respeito de uma situação
da qual o meu entendimento é bastante precário, não consigo visualizar uma
situação na qual um ser pretensamente humano maltrata outro porque ele não
satisfaz as suas expectativas, sejam elas de qualquer forma.
Esta
semana tivemos vários casos tornados públicos, porque o alvo dessas atitudes
ignorantes foram pessoas famosas por suas carreiras, pessoas públicas, que
sabem que possuem direitos e deveres como cidadãos, mas... e no dia a dia? Na
movimentação normal da vida, quando o preconceito é velado por atitudes
justificadas pelo próprio contesto social, vocês querem um exemplo?
Observem
a si mesmo nesta movimentação considerada normal, quando você atravessa a rua,
mudando de calçada simplesmente porque “achou” que a pessoa que vem ao seu
encontro é um meliante, por quê? A cor da pele, a maneira como anda, as
vestimentas, os óculos, porque está cantando alto... etc... etc... etc...?
Observando
imagens de noticiários que falam sobre estes discutidos casos de preconceito,
observei consternada que a fisionomia dessas pessoas transmitia raiva, ódio,
ferocidade; expressão triste de desequilíbrio insano diante daquilo que nem
mesmo sabe o que é; para num momento seguinte, filmado pelas câmeras de
veículos de comunicação, esconderem-se entre os braços de alguém e cobrir a face
num casaco mal colocado, demonstrando covardia e irreflexão sobre o próprio
ato. Percebe-se que o descaso a respeito do outro, sobre os direitos do outro,
nem ao menos passou por um momento de conflito interior, mas houve uma
permissão hedionda de ferir e humilhar, sem motivo aparente, acreditando que as
consequências não viriam bater a sua porta.
Enquanto
houver julgamento nosso para com o outro sem razão, sem movimentação de nosso
princípio inteligente haverá ofensas traumáticas contra aquele que não
entendemos, não haverá a tão aclamada evolução de nosso mundão de Deus, porque
estaremos sempre em busca de desculpas esfarrapadas como nossa própria mente.
Livrar-se
da dor é também livrar-se do ranço que acaba por nos limitar a felicidade tão
sonhada.
Libertar-se
de jugos leves ou pesados e desfazer-se do velho e antigo pensar e buscar
instrução, conhecimento, num constante processo de educação de si mesmo, é
fácil?
E o
que é fácil para seres ainda egoístas? Mas... possível... sempre!
"O
desenvolvimento humano só existirá se a sociedade civil afirmar cinco pontos
fundamentais: igualdade, diversidade, participação, solidariedade e
liberdade." Betinho
Maravilhoso.
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