segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

OUVIDOS PARA OUVIR?

Esse texto foi inspirado em um desabafo de querida amiga, que acabou por despertar em mim, algumas indagações pessoais, então... aí vai meus agradecimentos a voce por ter auxiliado a torna-me um pouco melhor, ou pelo menos, a questionar determinadas posturas diante de situações até mesmo corriqueiras.

Estava sentada na calçada, ainda triste com os últimos acontecimentos da minha vida. Refletia, pensava, questionava sobre tudo o que andava experimentando de sentimentos e era uma crise só. Havia até alguns momentos em que duvidava de minhas razões, afinal não era um ser perfeito, mas também não era tão ruim assim, somente tinha algumas opiniões tão certas a respeito de determinados assuntos, que não conseguia perceber a razão da discordancia do outro.
Estava eu, aqui e agora, sozinha e todos dizendo que a culpa pertencia a mim, que não sabia ouvir o outro e ser flexível quanto a opinião alheia.
Chorei baixinho para ninguém ouvir, abaixei o rosto para ninguém ver minhas lágrimas, que teimavam em molhar meu rosto, denunciando a minha dor e a minha solidão.
Será que nào soube ouvir, será que não soube calar; mas... e agora?
O que faço para descobrir onde foi que errei, onde foi que perdi a minha paciencia, onde foi que me tornei intolerante e sempre amarga, a ponto de não mais enxergar a beleza das diferenças?
Onde foi que deixei de lado a minha feliz capacidade se gargalhar? De rir de uma queda e transformá-la em um passo de dança, como disse Fernando Sabino?
Pensando nas questões ainda sem respostas, descubro encantanda que ainda sei amar e somente essa capacidade virtuosa conseguirá reerguer-me da dor insana e desnecessária.
Então lembro ainda de mais um Fernando, agora o Verissimo, quando disse em seu poema Quase:

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

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